sexta-feira, 28 de junho de 2013

Urbanose



Me tornei um homem comum.
Condutor de ordinárias preocupações
Cotidianas.
Um zumbi em busca de cintilações...
Suando ansiedade,
Respirando o monóxido de carbono
E a poeira das esquinas,
Me consumindo
Para cobrir a nudez do corpo
E a satisfazer as necessidades primordiais
De minhas entranhas,
Procurando saídas difíceis
Num labirinto de edifícios.

28 comentários:

Fred Caju disse...

http://www.youtube.com/watch?v=1tiDpkoIfE0

Al Reiffer disse...

Gostei da elaboração da linguagem do poema, densa, madura. Abraço!

Fábio Murilo disse...

Legal o som, pernambucanissimo Fred. Tem prá onde fugir não, urbanoídes cercados, cerceados de todos os lados.

Fábio Murilo disse...

Obrigado Al Reiffer, senti-me Lisonjeado.

pscheunemann disse...

Muito bom Fábio, descreve muito bem o que é viver nessas jaulas urbanas....

Fábio Murilo disse...

Verdade Paulo. Parodiando o título do filme: Gaiola dos loucos.

Nathalia Passarinho disse...

Suando ansiedade.
Acredito que isso faz parte da Urbanose. Essa palavra soa como doença, não é mesmo?

Adorei!

Fábio Murilo disse...

Certíssima! Suando ansiedade e se estressado, tendo síndromes de pânico, depressões, ataques cardíacos (é muita pressão!) e outras tantas urbanoses Srª Nathalia.

Bandys disse...

Èeeee, não me permito mais esses sentimentos.
Sua poesia é uma realidade que meu corpo não quer.
Eu carrego emoções
Em caixas sem chaves
Que voam repletas de sonhos
Já cansados de dormir.
Um domingo cheio de voos rasantes pelo paraíso.
meu Sao João foi ótimo.
Beijos menino bonito.

Fábio Murilo disse...

"Embora eu veja que esse mundo anda errado
Eu ando certo vivendo dentro do erro"

A vida no seu Esconderijo é bem bonita Garota Dourada, cá fora "a rapadura é doce mais não é mole".

Samuel Balbinot disse...

Boa tarde fabio... bem iso que tu escreveste hj em dia estamos como zumbis e controlados por celular tblet.. e sei lá mais o que.. bem celular e tablet não tenho nem faço questão.. e o resto tb.. edificios minha cidade pequena ainda não chegou a este nivel.. mas não vai demorar.. uma bela poesia lindo dia garoto

Fábio Murilo disse...

Oi Samuel, é por ai. Que bom saber de alguém que também consegue viver sem celular. Não tenho nada contra essa moderna comodidade, mas porque será que as pessoas se comunicam tanto e são tão desunidas? No celular mandam ver, nunca vi tanto assunto. Possuo um porque iam jogar e me deram. Juro por Deus, não lembro a última ligação que eu fiz, com igual freqüência também me ligam. É comum esquecê-lo, ele descarregar no bolso e eu nem percebo. Há mais de dez anos atrás comprei um, deixei de usá-lo por falta necessidade, ficava aquela coisa inútil pesando no bolso. As pessoas quando descobrem que eu não tenho celular ou estou sem ele, ficam espantadas, acham estranhíssimo. Até no convencional aqui em casa raramente ligo e recebo ligações, não é que eu seja anti-social, é que eu só ligo por necessidade mesmo. Considero-me comunicativo, meus comentários que o digam (rs...). Obrigado pela visita.

Caju disse...

Grato pelas palavras no Sábados, mas os vídeos não são de hoje: http://fredcaju.blogspot.com.br/p/cajutube.html
Abraço.

Fénix disse...

Que desacougo. Non hai nada peor que trocarse en persoa común e anodina. Os nosos espíritos de poetas non poden soportar tal agoniante cárcere.

Mari Mari disse...

Acho que o que eu mais gostei até agora. Soou como um desabafo.
Reflete muito bem a agonia cotidiana, e o gif foi super bem escolhido.
Sobre Augusto dos Anjos, os versos "Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!" não me são estranhos. Acredita que um professor de literatura me indicou no ano passado? Só não estava ligando o nome à poesia. De fato, muito bom. Obrigada, Fábio!

Aline disse...

Essa é a perfeita descrição do que se tornou ser "urbano"! Vim conhecer seu blog e fiquei encantada por suas poesias... A poesia está vivendo!

Fábio Murilo disse...

De nada Fred, foram ditadas, ou digitadas, pela emoção. Quanto ao vídeo, notei depois. Foi que casualmente eu tava navegado... Navegando/mar/Carlos Penna Filho/Poeta do Azul, acho que foi por isso, tem a ver, devia ta procurando alguma sobre o poeta e abri por acaso nessa página, bom sinal. Tá vendo a importância das Tags, palavras-chaves, motores de busca, realmente são eficazes.

Fábio Murilo disse...

“Você sabe tão bem quanto eu que uma das principais causas do tédio é a estreiteza de nosso destino.Todas as manhãs despertamos iguais ao que éramos na véspera.Ser eternamente o mesmo é insuportável para os espíritos refinados pela reflexão. Sair do próprio eu é um dos sonhos mais inteligentes que um homem pode ter”.

Julien Green

Suas palavras me lembraram esse texto Fénix. Obrigado pela colaboração.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=8g7UGEdRAiw

Fábio Murilo disse...

Dizer mais o que? Você disse tudo Corpse. Eu que só tenho a agradecer.

Fábio Murilo disse...

Muito boa sua definição: ser "urbano". Digo em outro poema, algo parecido: Já não somos mais humanidade, somos um aglomerado, um agrupamento. Que bom saber de sua boa impressão, sinto-me extremamente lisonjeado. E é claro, a poesia não se deixa abater, a poesia é muito viva! É uma enorme satisfação receba-la Aline, muito grato.

Nato disse...

Segundo poema que eu leio aqui e já percebo o quanto o homem está ficando cinza, tão cinza quanto a cidade...
Gostei muitíssimo. Me fez pensar em grandes questões...
Mais uma vez digo: és ótimo!
Abraço Fábio!

Fábio Murilo disse...

"A sombra de algum edifício
Escureceu os nossos rostos
E o monstro do quotidiano
Nos cerca nas esquinas tristes".

"Somos produtos do meio", mais um número ente inúmeros, mas um rosto na multidão de anônimos. Peças perfeitamente descartáveis da grande engrenagem. Sonâmbulos a caminhar prá onde nessa selva de pedras. Bondade sua Nato, que bom que tenha gostado.

Ariane M. Santos disse...

Olá, estou passando para divulgar meu Blog, reativado e de cara nova. E tendo o prazer de estar seguindo o seu, aliás, parabéns! Beijos e obrigada.
http://madamshadow.blogspot.com.br/

Fábio Murilo disse...

Tudo bem, pode contar comigo. Retribuirei a visita Ariane.

Larissa Bello disse...

Não, não podemos nos deixar engolir!
Obrigada pela dica da animação baseada em Dostoievisk. É demais!! Me passou várias coisas pela cabeça, até mesmo A Divina Comédia.

Bjos

Fábio Murilo disse...

Eu já sabia da existência desse vídeo Larissa. Mas por acaso, eu precisei dele, e lembrei logo de você, você gostou daquele do Morte e Vida Severina, e tem um blog que fala sobre filmes, ai pronto, não tive duvidas.

barulhos disse...

alguns denominam a esse processo o termo "vida". A sua vida é o que esta no poema. Eu adoro quando leio algo, o qual eu posso sentir junto ao poeta escrevendo ou talvez pensando,e a poesia está aí para nos trazer amplos sentidos, assim como um simples dia em nossas vidas ou uma simples ocasiao de dois minutos.
Abraços :P

Fábio Murilo disse...

"Meu estimulo não são três, cinco mil pessoas: é você, que dentre essas me lê porque me entende, porque nesse momento de algum modo sente um vínculo de prazer comigo." – (Douglas Tabosa).

Muito interessante sua observação. Uma vez O Fantástico mostrou uma matéria interessante, acompanhou o dia de um Operador da Bolsa de Valores, que inferno! O cara já entrava na cozinha de manhã vestido de terno e gravata, como se já dormisse assim, a família na mesa e ele só tomava um gole de café, nem sentava. Parecia um doido, no trabalho, gritando no meio de outros iguais a ele, numa espécie de telefone sei lá. E de outro lado um monge Budista que diariamente passava um dia inteiro numa pedra em posição de yoga orando pela humanidade. E nenhum dois, quando inquiridos, trocaria de vida, estavam felizes a sua maneira. Gosto do que diz Barulhos.

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