De repente, uma agonia,
Um desassossego na vida da gente.
Um medo de perder o que é seu,
Se não, o que deveria ter sido.
Um pulo no escuro, no abismo existencial,
Mas, cuja falta, a existência vazia,
Não teria graça, perderia o sentido.
Uma angustia gratificante,
Uma confusão de sentidos ambíguos,
Paradoxais e desconcertantes.
A gente gosta e se tortura,
Gosta além, até de quem
Não gosta da gente,
Não ama a gente
Do jeito que a gente ama.
Uma sensação inexplicável,
Um contra-senso, um contra ponto.
Que nos incendeia a alma e acalma,
Arde e afaga, morde e alisa.
É brisa, é tempestade; é cedo, é tarde.
É uma confusão, uma excitação no ser.
Mas cuja falta, tornaria a vida sem graça,
Sem razão de ser.
Seria uma monotonia, um deserto,
Um viver por viver,
Um caminhar bisonho,
Um adormecer sem sonho.
Fábio Murilo,
28.02.2014