sábado, 31 de outubro de 2015

Toda Ternura Do Mundo


Esta noite enviarei uma estrela para iluminar teu quarto.
Ou um sol portátil no lugar, se tanta luz ainda faltar.
Ou uma porção de vaga-lumes, intermitente lume.
Embora, talvez nem precise tanto, baste um pouco de luar.

E uma brisa marinha a segui o ar farejando,
Pra refrescar os cômodos, se não for incomodo soprar.
Nesse lugar perdido, teu exílio e abrigo, no 2º andar.

Mágico espetaculoso, guardião zeloso, fiel escudeiro,
Tudo em mim a se desvelar e a soprar-te um beijo!

Fábio Murilo, 27.10.2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Contentamento

                 
Emoção é coisa imprevisível.
Ontem estava triste, apático,
Hoje estou bem, sem motivo.
Feliz assim do nada, quando
Nada há que console quem,
Quase cego dum cisco, olhe
A vida, agora, só os riscos,
Ficando um ser monocromático,
A ver tudo por escuros óculos.
A cismar que ao sorrir por nada
Pagará em raiva atrasada,
Pelo bem estar repentino.
Pela espontânea felicidade,
Que no tempo de menino,
Tinha com toda facilidade
Por não saber de tudo.
Dessa vida pobre de prazeres
E rica em contrariedades.

Fábio Murilo, 24.10.2015

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O Passeio


Qual vento na tarde,
Brisa suave a soprar
Nos becos, ruas, bairros.
A deslizar nos carros,
Invadindo casas, edifícios, 
A pousar alegremente
Nos shopping centers
Feito um cisne branco,
Um lírio a brotar do chão.
Em meio a multidão
De perdulários clientes,
Tu, mais que cliente,
A chamar atenção
Feito os cinemas
E lojas e praças
De alimentação.

 Fábio Murilo, 13.10.2015

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cíclico


Você tem a medida perfeita da beleza,
Você é essa beleza a eclodir do âmago
Em telúricas evoluções vulcânicas.
Mesmo a tristeza não consegue apagar
Seu brilho de sol difuso em dias sombrios.
Mar onde deságuo, misturado rio,
A me tornar acrescentado, vaporoso,
E retornar chuvoso e voltar a ser rio.

Fábio Murilo, 09.10.2013