sábado, 18 de junho de 2016

Contrassenso


Tenhamos vaidade
Enquanto é tempo,
Da cidade dos mortos
Ninguém terá saudade.

Vejo zumbis, mortos vivos...
Gente que pensa que existe,
Só porque está vivo.

Pensar... Pensar dói!
Pensar no alto preço que pagamos
Toda vez que respiramos,
No debito que acumulamos
A cada riso.

Melhor é não ter siso,
Ignorar para continuar vivo.
  
Fábio Murilo, 30.04.2013

12 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Tristemente belo!!


Beijinho, bom Domingo.

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Bandys disse...

è triste estar vivendo uma vida que não existe.
Conheço muitos mortos vivos que nem querem nem sabem sair
desse beco... enfim as escolhas são as consequências de nossos atos.
Bom domingo.

Priscila Rúbia disse...

Fiquei é parada olhando essa imagem... todos amontoados e amontoando-se diante de uma parede. O curioso é que a maioria de nossas relações diárias (pessoais, familiares, de trabalho, de amigos, íntimas) são assim também: sempre diante de uma parede.
Empatia, interatividade, confiabilidade vão se tornando naturalidades do humano tão distantes da bruta realidade da interdependência de todos. Também eu sou a favor de deixarmos o velho e chato manual de regras... e trocar sim pela vaidade consentida do caloroso e bom manual de experiências que nos tornam vivos. Que é bem diferente de apenas se ter juízo.

Meu Olá
=)

Unknown disse...


Boa reflexão, poeta amigo!

Beijos no coração!

Tais Luso de Carvalho disse...

Vejo zumbis, mortos vivos...
Gente que pensa que existe,
Só porque está vivo.

Essa foto-Gif dá o que falar, todos seguindo uma boiada que na verdade nem se sabe pra onde rumam. É bem assim hoje em dia, Fábio, estamos naquela que ninguém sabe, ninguém viu...
Ótimo poema, gosto das suas 'tiradas', de poemas que dizem muito.
Beijo, menino de ouro.

Teresa Brum disse...

Triste e bonita sua poesia Fabio Murilo.
Que pena que a humanidade está caminhando assim ,pois não?!
Triste realidade.
Grande abraço e felizes dias.

Vitor Costa disse...

Grande Mestre poeta! Muito contundente tua reflexão acerca da nossa realidade, do cemitério de gente viva que nos engole imperceptivelmente! Poesia crítica e ácida, adorei!!

Você chegou a ver Guerra Mundial Z? Sempre fujo desse filme, pois não tenho vontade de vê-lo, tenho razão? kkk

Saudades daqui! Abraços, caro!

Vanessa M. disse...

Sábios versos, Fábio! Eis uma grande verdade dita em forma de poesia..
Parafraseando Oscar Wilde: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."

Um grande abraço

Olívia L. disse...

Pois penso que ignorar a existência chega a ser filosófico, em algumas situações.
O que nos tornamos, autor? Passamos a vida buscando por coincidências, sem perceber que viver é a arte mais bonita do destino.

Isis Cristina F. Stiffdt da Rocha disse...

Medo de fugir da redoma de vidro,faz com que o tédio seja o preço que se passa a pagar pela falsa segurança,existente para quem não arrisca molhar os pés .
Quedas e quebras também constroem e falam de uma outra visão.

A cada hora que passa ''tentando ''viver ,definha-se mais um tanto!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Menino Prodígio. Ah o gif, ligado hein? rs. Vi não, sei não Vitor, também não assisti, mas, agora me deixou curioso. Abraços. Saudades também.

Suzete Brainer disse...

Excelente poema, com a ironia e uma profunda
crítica existencial, eita mudinho difícil
de viver, Poeta!...
E que se salve os poetas, para as palavras
voarem em arte atropelando este contrassenso, né?...rss
Grata pela partilha!
Bjs.

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