sábado, 6 de agosto de 2016

A Voz do Morto



O morto não tem honra,
O morto não tem moral,
O morto está livre,
No corpo já não vive.

Não é bom, nem é mal,
Não age, nem interage,
Menos que um vegetal,
Igual a um mineral.

Fadado ao esquecimento,
Como se aqui nunca estivesse passado.
Vários anos apagados no quadro negro,
Desse negro quadro.

Enquanto a vida continua...
Contínua, feito um rio perene.
Versátil, diversificada,
Jamais estagnada,
Morta nem nas poças d’água.
Que mesmo ainda assim há vida,
Na água que não se vê nada.

Fábio Murilo, 24.04.2010

9 comentários:

cantinhovirtualdarita disse...

Que bonito apesar de falar de morte
Mas é assim mesmo, o orto vive no
esquecimento, compare com a água que nada ve
Bom dia de domingo
Bjusss

Cidália Ferreira disse...

Sempre lindos os teus escritos.

Beijo e bom Domingo

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Morto já não vive mais em um corpo,porém pode viver em outras moradas,portanto fica inerte para os nossos olhos,mas se for como o mar,poderá estar com vida em outro local.
Assim penso!
Poema bem reflexivo Fábio Murilo!
Carmen Lúcia.

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa... maravilhosa reflexão, Fábio! Não modificaria uma vírgula nessa sua postagem. Tudo tão real que arrepia. Parabéns!
Beijos.

Sara com Cafe disse...

enquanto existe vida, existe esperança!

abraço.

Helen Ferreira disse...

Deixar de existir acaba sendo mais triste do que virar uma fotografia e depois virar nada. Retornar ao nada.

Maria Rodrigues disse...

No final todos somos pó, cinza e Nada.
Excelente!
Um abraço
Maria

Suzete Brainer disse...

Poema excelente!

Filosofia poética que diz que a vida continua
mesmo com todos os mortos...
Parabéns, poeta pernambucano!

Vitor Costa disse...

Todos nós estamos fadados ao esquecimento, caro. Alguns, como nós, teimam em deixar algumas marcas escritas de nossa existência, talvez esse seja um bom objetivo de vida. Morte entre letras.

Um dos mais reflexivos e harmônicos poemas de sua autoria, Fábio. O que não é nada pouco! Que sua voz poética ecoe pelos tempos futuros! Abração!

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