sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Convivência


Que eu não te pertença de vez
E tu não me pertenças tanto,
A ponto de não sentir mais
Saudade, a ânsia do encontro,
Inconstância. O relacionamento,
Depois, cimentado, a criar lodo.
Prá que o querer tão cedo
Não se extinga todo, prato dado
A quem, a dias, com fome
Numa glutonaria, rapidamente,
Será devorado. Em vez disso,
O querer feito em petisco,
Aperitivo, melhor seria,
Apreciado, degustado,  
Sem a pressa de ser saciado.

  (Fábio Murilo, 17.08.2016)

12 comentários:

Teresa Brum disse...

Bom dia Fabio Murilo!
Gostei, "O querer feito em petisco,
Aperitivo, melhor seria,
Apreciado, degustado,
Sem pressa de ser ingerido".
Fantástico, profundo e instigante como todos os seus poemas.
Agradeço sua visita e seu comentário, nem toda homenagem que eu fizer ao meu amado pai a a minha amada mas, não serão suficientes para demonstrar o amor que tenho por eles.
Grande abraço e grata por sua visita.

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso!!

Bom fim de semana
Beijo

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Pensamentos Com Asas disse...

Eis a questão? O querer ou degustação?
Adorei a poesia. Beijos

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Um desabafo em forma de poema.
Muito bem elaborada Fábio e para refletirmos!
Bjs e um ótimo domingo.
Carmen Lúcia.

Jaime Portela disse...

A conquista nunca é definitiva.
Por isso, há que porfiar na sedução...
Magnífico poema, gostei imenso.
Fábio, tem um bom domingo e uma boa semana.
Abraço.

Helena Rodrigues disse...

Isso mesmo...
Sem pressa que é para não enjoar.
E talvez, assim, sem prazo de validade.

Beijos!
Blog: *** Caos ***

Vera Lúcia disse...

Perfeito, Fábio!
Um relacionamento é mais saboroso quando nele há pitadas de mistério. Grude enjoa e traz monotonia. Alguns temperos são fundamentais para o sucesso de uma relação.

Feliz semana!

Abraço.

Suzete Brainer disse...

Poeta Pernambucano,

A sua original expressão poética a aconselhar que
na convivência do amor, deixar o espaço para a saudade,
como lembrete da força deste querer do amor!...

Muito bem, poeta conselheiro!...rss
Abraço.

Anônimo disse...

Gostei do poema Fábio. Porém, eu sou muito intensa, e quando se trata de um prato de amor, eu quero é, devorar tudo mesmo,rs Depois a gente ver o que faz... A questão é saber se relacionar, se reinventar... fazer durar. Quando se ama, se faz isso de forma muito natural. É óbvio que haverá de surgir reverses... Mas o interessante é viver o agora.

Beijos!!!

Bandys disse...

uma declaração de amor para se conviver..
mas cada um tem a sua maneira.
boa noite.

Fábio Murilo disse...

E teu blog? Tem não? Não tou conseguindo acessar. Beijos!

Tais Luso de Carvalho disse...

Como tudo, as coisas devem obedecer a um ritual, pelo menos começo e meio... 'tranquilos e afetivamente entrosados'.
beijos, Fábio.

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