domingo, 22 de janeiro de 2017

Coloquial


A conversa flui, qual rio subterrâneo,
Olhos d’água que escorrem e abaixo
Formam riachos, córregos, afluentes,
Rios perenes, cascatas, lagos.

Tem hora que evapora, vai embora,
Mas, noutra hora surge, nuvem
Carregada, água retornada, chove.

Até no silencio nos entendemos,
Água em outro estado, rio
Sereno, que desemboca
Muito além dos ar(recife)s,
Do que disse, fôra escutado,
No mar aberto do dialogo.

Fábio Murilo, 21.01.2017

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Razões


E o que é a vida, uma ilusão.
Ou um sem sentido no caos,
Uma nau pra lugar algum.

Ávido na sofreguidão dos sentidos
Do eu ambíguo de poeira e sal.
O que afinal que me prende,
Quem me compreende, motiva.
A ânsia de tua procura, razão 
E loucura, satisfação, bem estar.

O que mais que procuro, senão
O que em ti encontro e me encanto.
E se não encontro, desespero, quero.

E o que mais espero nessa vida
Essencialmente trágica, senão,
A mágica presença das estrelas,
Uma ilusão que seja pra me apegar.

No mais é só tédio, tristeza e solidão
Essa vida que só vale pela emoção.

Fábio Murilo, 10.01.2017