terça-feira, 23 de abril de 2019

Poema da Ternura Culpada


Desculpe o tédio que se acumula;
O lodo abissal que se enrama;
A ilusão, errônea, de quem ama
E tanto confia na chama,
Cada vez mais branda,
Na cama de todo dia...

A candura que não perdura;
O hábito que criou mal hálito;
O príncipe que virou sapo,
A Cinderela que perdeu o encanto,
O conto de fada, que agora enfada.
  
(Fábio Murilo, 29.10.97)