sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Balzaquiana

  
Mulher de trinta, 
Pelas tuas carnes, talvez 36. 
Estais naquela idade 
Que a chama arde, só tu queima. 
Não é tarde, também  
Não é cedo, é plena. 
Madura feito uma fruta  
Colhida no pé. 
Sumarenta e cheirosa, 
Caudalosa, apetecida. 
Já não é mais botão, 
Broto, é flor, é rosa. 
Alcançou o auge, o ápice. 
Completamente desabrochada. 
Temperada,  
De um dia pra outro 
Pra pegar gosto, 
Ficar apurada. 
Vinho promovido a safra. 
Pedra lapidada. 
 
   (Fábio Murilo, 26.01.2021)