Os olhos
ameaçadores
Como os de um
felino no escuro,
A boca que
blasfema palavras obscenas,
As mãos que
afanam teu ouro
E profanam tua tranquilidade,
O corpo
acintosamente sujo...
Como que
liquefeito
Na mesma substância
Repulsiva e
pegajosa,
Do teu escarro.
Como que misturado
Ao que sai de ti mesmo
E a ti mesmo provoca asco,
Constrangimento,
O nojo hipócrita
Do próprio excremento.
Fábio Murilo, 09.11.93
32 comentários:
Parabéns, fantástico!!
Beijinho
Bom fim de semana
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Fantástico poetar, caro amigo.
Você nos surpreende a cada poetar, ficamos como que hipnotizados, com tanta inspiração e verdade.
Parabéns, um abraço nosso.
Um poema repleto de verdade, um soco na nossa face, um grito contra a hipocrisia que impera na sociedade, contra o descaso, o egoísmo e a falsa solidariedade.
Realmente gostei muito Fábio, principalmente da segunda estrofe, que é um verdadeiro chute no estômago.
Abraço
Terrível realidade...
Fábio, beijo!
PROFUNDO...REALIDADE E VERDADE
.
Desejo bom fim de semana com muita Paz, saúde e amor
.
Querendo, visite(m)-me ...eu gostava
.
http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/
Hipocrisia, somos todos cheios disso, salvo algumas exceções!
Criticamos as diferenças, o indiferente, não percebemos que fazemos parte de um contexto onde tudo se confunde com o que somos.
"O nojo hipócrita do próprio excremento."
Curti o teu poema com esse foco diferenciado! Parabéns, tua escrita consegue ser flexível e boa mesmo quando sai da zona de conforto.
Ótimo fim de semana. Beijos.
Gosto dessa tua verdade, lucidez e dessa consciência jogada com coragem. Já disse isso outra vez!
Mil aplausos, ficou ótimo, estraçalhou...
Beijo!
Poema que traz o peso da realidade, bem escrito e bem sentido por mim.
Elaborado com um certo magnetismo que nos faz querer ler mais.
A grande poesia da denúncia, Fábio! A da consciência social. Talvez a que mais importa.
As crianças são para mim algo de grandioso, e toda a forma de crueldade ou injustiça que possam sofrer é para mim uma grande "pedra no sapato".
Um poema forte que caiu em mim como uma bomba.
Obrigada, Fábio, por seres quem és, e por nos ofereceres poemas que nos fazem estremecer os alicerces.
xx
Caramba, em 93 eu tinha 4 anos... Tão atual que chega a machucar...
Beijos,
Nina & Suas Letras
Poeta, parece que foi escrito ontem! Belo, doloroso e real...
Obrigado, Cidália.
Oi amável, Maria Tereza, muito gentil. Muito obrigado.
Ai, Victor, poxa! Um soco na face, um chute no estomago, personificou bem. Rs... De repente é o sentimento dos excluídos, dos marginalizados. Uma revolta compreensível. Obrigado, sempre com comentários oportunos.
É verdade, Shirley. Mas como diz Belchior: "Mas não se preocupe meu amigo com os horrores que eu lhe digo isso é somente uma canção, a vida, a vida realmente é diferente quer dizer, a vida é muito pior" infelizmente. Mas só depende da gente, cada um faça a sua parte pelo menos. Tenho uma amiga que visita as favelas, o morro, toda semana, encena peças de teatro, coisas assim pras crianças dos morros, promove um importante serviço de assistencial social, faz sua parte, depois volta pra casa, toma banho e ainda assiste a novela, da tempo , como uma pessoa comum, quer dizer, é só uma questão de boa vontade. Enquanto alguns tentam mudar o mundo de uma mesa de bar, criticam o governo, esperam por alguém, o super-homem, não quer tomar a iniciativa, fico só no cômodo discurso vazio e iníquo, ação nada. Ela sim, faz uma cosia efetiva em vez só teorizar. Quer dizer cada de nós, a exemplo ela, podemos ajudar de alguma forma e só querer, tomar coragem, levantar o bumbum do sofá, rs... que essa crítica sirva pra mim também. Nada muda se você não mudar. Obrigado.
Não é gentileza não, meu caro amigo, é a pura verdade, sua poesia é verdadeira, explode da sua alma, parabéns Fabio Murilo, um abraço.
Ô, muito obrigado assim mesmo.
Obrigado, Ricardo.
Captou direitinho, Carol, certeira!. Obrigado, Beijos!
Oh, muito obrigado, Tais, Beijo!
Poxa... Obrigado, Hellen, poetisa maior. Muito me honra seus generosos comentários.
É, já compus mais poesias assim, por um período. Mas tudo são fases... Obrigado pelo elogios nobre poetisa, também tenho por você estima e consideração.
Oxi, Nina, foi um dia desses. rs... Serio problema social, falta de controle de natalidade. Obrigado.
Pois é, Gy, pena que ainda seja atual.
Que poema impactante, Fábio. Descreve uma triste realidade! infelizmente muitas pessoas vivem dessa forma, à margem da sociedade, tratadas com descaso..
Um abraço
Um poema pesado, doído, verdadeiro! Desses que machucam a alma e nos faz pequenos ante a enormidade de um problema social que está sempre atual, que não acaba nunca, que se perpetua... De alguma forma procuro dar assistência a muitos desses pequenos (sabe aquela história do pássaro carregando água no bico para apagar um incêndio?), mas eles proliferam em tamanha velocidade que nos sentimos impotentes ante tanta adversidade por eles enfrentada. Dói lá no fundo da alma vê-los se deteriorar, corpo e alma, sem nenhuma esperança para acalentar, sem nenhum lenitivo para mitigar-lhes a sede de uma proteção maior, de um direcionamento na vida... Teu poema machucou, amigo! Tocaste numa ferida tão atual!
Os sorrisos que ficam... são tristes! As estrelas ainda querem conservar um pouco de brilho esverdeado... Como dizem que a esperança só pode ser adubada com o amor e a solidariedade... quem sabe?
No entanto, meu carinho e admiração, sempre!
Helena
Pois é, Vane. infelizmente. Obrigado.
Comentário forte e comovente. Triste, isso. Desanimador. Mas, ficar lamentando não vai resolver. O negocio é cada um fazer sua parte, como disse, ter uma participação efetiva. Obrigado, Helena.
...e porém, amigo, é sempre preciso Acreditar! tanto!
Um forte abraço
Exato, Daniel. Obrigado. Abraço.
Um poema que traz um tema mais impactante... muito bom.
Vi aqui é sempre ler uma coisa diferente... é sempre uma surpresa boa.
Obrigado, Nanda, a gente faz o que pode. Bom saber.
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