domingo, 4 de outubro de 2020

Fatal

 
 Que rosto harmonioso
Que o olhar captura. 
Que gozo visual, 
Inesperado atropelo. 
Fisgar, cair
Em armadilha,

Preso, presa, lesma
Querendo fugir
Ao dardo, fingir, se evadir.
Ao ataque do leopardo.
 
Ir pra onde?
É sapatear no lodo, gelo,
Oficio movediço
Do buraco negro, zelo,
Que até a luz captura,
Ao que se aproxima, sina.
De tal formosura, ímã,
O olhar imprudente, 
Incauto, a certa altura,
Se transforma em escultura
De sal, feito nas escrituras.
 
Fábio Murilo, 02.10.2020
 

1 comentários:

SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Poema maravilhoso,
Prezado Fábio Murilo!
Que Rosto!... Para senti-lo
É olhar o vaporoso
Fundo, sentindo o gozo
De quem não enxerga bem,
Mas sente haver, dele, além
Algo de mais que o humano
Aspecto, como se um plano
De outra dimensão, também!

Parabéns, poeta! Continue alegrando almas e mentes! Abraço cordial! Laerte.

Postar um comentário