sábado, 29 de outubro de 2016

A Felicidade


Decidi que não escreveria
Mais sobre coisas tristes.
Já fui triste até demais!
Sei que dias tristes existem,
Que são eventos naturais.
Mas, incoerente, de pirraça,
Rirei sem graça, porei no céu
Uma estrela, se não a vê-las,
Esticarei bandeiras coloridas
De época junina no vazio.
Gambiarras improvisadas,
De lâmpadas incandescentes,
Que a gente simples, afeita
A tanta festa, enfeita, inventa.
Pintarei, no rosto um sorriso
Feito os palhaços de circo,
Que as crianças sem explicação
Tão bem o fazem e se comprazem
Rindo sem qualquer motivo.
  
Fábio Murilo, 29.10.2016

sábado, 15 de outubro de 2016

Essencial


Todos os sóis te sorriem,
E nunca estais só, ao redor,
Vejo girassóis e beija-flores.
Só quando tu vais, veja só,
Apagam-se todas as cores,
Amargam todos os sabores,
Odores, não cheiram mais.
A vida perde o porquê,
Porque o que faria sentido
Fica ambíguo, invertido.
Sem estímulo, nem sal,
O próprio universo, afinal.
Inverso, avesso, adverso.
Você é o verso e a rima,
Ainda dá sentido ao caos.

Fábio Murilo, 14.10.2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Guerreira


Seu mundo é mais completo.
Seu armário, seu calendário,
Sua mobília, sua família.
Sua respiração, seu café.
Seu hálito, seus hábitos.
O jeito que dá no cabelo,
A risada que gosto, o chá.
A lua da tua rua, a chuva,
As meias que usa, se esfria.
A estrada que leva a tua casa,
O supermercado aonde vai,
A padaria, a condução que sai,
As musicas que escuta.
Seus dilemas, seus sonhos,
Anseios, desejos, conquistas

Coisas comuns, nada demais, dirás,
 Mas, tudo a seu modo me apraz e o que faz
Faz de uma forma que ninguém faz.
Com tanta personalidade que é um charme,
Impregnada com sua marca registrada,
Com um toque inesperado de algo mais.

bio Murilo, 03.10.2016