sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Do que Nunca sai de Moda


Princesa suburbana, dama ideal,
Diferenciada, sobressaída no caos.
Moça gentil, de bons modos,
Amazona guerreira, aguerrida.
Significativa entre anônimos 
 Vândalos hostis, vis plebeus.
Preservada na torre, Rapunzel.
Gata Borralheira circunstancial,
A qualquer hora, Cinderela.
Branca de neve dos trópicos,    
Morena em flor, bem brasileira.
A espera do príncipe encantado,
De um garbo e gentil cavalheiro.
Alguém que caiba nos seus sonhos,
Que a desperte, Bela Adormecida,
Nessa vida parecida pesadelo,
Nem sempre fácil, sofrida,
Com um beijo cinematográfico,
Desses de canções e novelas.

Fábio Murilo, 22.09.2015

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Lições dos Dias


Incrível como a vida se renova,
Como a rosa sucede outra rosa,
Nada está perdido, apenas reciclado.
Chora-se de tristeza, também alegria.
Suspira-se de dor, também de prazer.
O que importa é ser, acontecer.
É saber que a ferida cicatriza,
Mas a oportunidade perdida,
Ficará esquecida, frustrada.
E nada tá exposto nas prateleiras
De um supermercado, nada.
Nem tudo pode ser comprado,
Nem tudo nas mãos é dado.
A vida é um jogo de dados.

       Fábio Murilo, 18.09.2015        

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sedução


A beleza é um estado fugaz,
É uma combinação de acasos.
Fotos e mais fotos te capture
E te perpetues nos quadros.
Esquadrinhe olhares sequiosos
Teu corpo calculado a esquadro.

Que cedo vai, breve arde,
O instante fecundo da carne.
Oficio de fogos de artifícios,
Destinado ao espetáculo,
Tudo que brilha como estrela
E por natureza é astro.

Fábio Murilo, 13.06.2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A Inspiração


Tenho por você uma consideração
Extrema, uma ternura infinda,
Afeição tamanha, lealdade canina.
Hoje minha lira não fala outra coisa,
Delira, respira, rima com vida, convida.
Tão graciosas brotam as palavras,
Vistosas rosas no chão do poema.
Paginas e paginas a bater asas
De um livro sobre o mesmo lema.

Não mais os versos adversos, tristes,
Lamuriosos, de enfadonhos dramas.
Não mais oceano sem pérolas finas,
Solo estéril sem diamantes raros,
Espinhos ameaçadores sem flores,
Deserto sem oásis, sóis abrasadores,
Noites frias sem tardes crepusculares,
Humanidade que não vale a pena.
Não mais poemas que não sejas tema. 

Fábio Murilo, 03.09.2015