terça-feira, 23 de abril de 2019

Poema da Ternura Culpada


Desculpe o tédio que se acumula;
O lodo abissal que se enrama;
A ilusão, errônea, de quem ama
E tanto confia na chama,
Cada vez mais branda,
Na cama de todo dia...

A candura que não perdura;
O hábito que criou mal hálito;
O príncipe que virou sapo,
A Cinderela que perdeu o encanto,
O conto de fada, que agora enfada.
  
(Fábio Murilo, 29.10.97)

6 comentários:

Larissa Fonseca disse...

Ah, genial!

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Fábio, Uau!! bota lindo nisso, embora muito triste...
Mas é a vida como ela é, plagiando Nelson Rodrigues.
Beijo, querido amigo, um lindo domingo.

Majo Dutra disse...

Vim do blogue da Taís...
Gostei do seu poema, embora não concorde com o conteúdo.
Não é a regra.
Normalmente o casal vive uma relação animada, plena de boas surpresas, alegrias, tristezas, não há casal saudável que deixe a vida virar um tédio. Acredite.
Ótima semana, Fábio.
~~~

Majo Dutra disse...

Fábio, venho do Refúgio...
Algo o traumatizou... Lamento.
O amor pode sentir-se como supremo bem... Algo divino.
Um pouco de terapia fazia-lhe muito bem, para isso existem os psicólogos.
Vou estar ausente e quando regressar espero reiniciar a interação.
Dias bons. O ceticismo não harmoniza a vida.
Abraço
~~~

Bandys disse...

Belo poema.
Eu não acredito em contos de fadas
e nem em príncipes encantados.
Bjs

Patrícia Pinna disse...

Boa noite, Murilo. Pois é, muitos fins acontecem sem sequer imaginarmos.
Infelizmente, a característica do fim são as ausências. Triste...
Bonito!
Parabéns.
Beijos na alma.

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