Vivo com medo.
Por isso a vida se apresenta
Como uma besta,
Um bicho de sete cabeças,
Uma arapuca
De isca boa e sortida.
Dizem que os animais
Mais perigosos e fingidos
São os mais coloridos...
Porém, nem sempre o individuo
Mais precavido é o que mais vive.
E que o maior perigo
De quem vive com medo
É morrer sem ter vivido.
Fábio Murilo
Ilusão
-
Eu quero dizer tantas coisas, eu preciso,
Para aliviar essa ânsia que agora me consome.
Essa ansiedade, saudade, que sufoca meu peito, não é maldade...
É ...
Há 6 anos
26 comentários:
Falasse tudo...
Mas seria melhor se tentasses acabar com esse medo ou diminuí-lo,já seria uma boa!
Obrigado pelo carão (rs...).
Boa noite Fabio.. final muito esclarecedor.. é bem isso mesmo.. e o medo é a prisão para nossas almas.. bom podermos cortar as correntes o quanto antes.. ótima noite
"O medo cria músculos
e sólidos ossos nas nuvens do céu.
O medo aumenta o perigo
e diminui os homens".
De um poeta conterrâneo, verdade Samuel, Boa Noite.
Ben certo.
Viver é uma arte. E é preciso saber viver e perceber suas regas e seus sinais, se revelar um bom jogador. E dependendo da altura da vida, Fênix, não há mais volta, e dirá enraivecido o individuo imprecavido: - Bem feito!
E que o maior perigo
De quem vive com medo
É morrer sem ter vivido.
Sempre vivi intensamente, e não consigo me imaginar com medo.
Fabio, desejo um sabado de muita fé e luz.
Grande beijo
Já imaginava que ia dizer isso. E desde então já tinha decidido, hoje lhe chamarei de Menina sem Medo.
Prefiro menina DOURADA, mas fique a vontade... medo é falta de fé, e a minha é inabalável!!
Bejus
Tá certo Menina Dourada, com fé e sem medo.
Também sofro desse medo. Viver me assusta demais. Mas, acho que o que realmente nos aterroriza é não sabermos lidar com o que temos dentro de nós mesmos e não com aquilo que a vida nos mostra. Afinal, no centro de todos os acontecimentos que nos cercam está nós mesmos.
Bjos
“A cura da dor está na dor, bem e mal estão misturados. Se você não tem os dois, não esta entre nós”
Jalal Al-Din Rumi, místico Sufi.
Obrigado pelos comentários, sempre muito lúcidos e maduros. Suas visitas são sempre muito oportunas Larrisa.
Exatamente!
É incrível como o último verso completa toda a construção de forma indispensável. Quem dera eu ter talento pra poesia, sério, acho lindo demais.
obs: Acredita que não conhecia Augusto dos Anjos? Valeu a dica, vou procurar!
Fiz inconscientemente, chamam isso de chave de ouro: "A origem da expressão "fechar com chave de ouro", usada para definir o remate feliz, de belo efeito, de um acontecimento, está relacionada às obras literárias, principalmente os sonetos. Chave de ouro, para o sonetista, é o último verso de um soneto, que dará sentido a todo o resto da composição. No último verso está expresso tudo aquilo que o poeta considera de mais essencial em sua mensagem". Já eu não sei desenvolver um dedo de prosa, não consigo me estender muito, a não ser nos comentários (rs...), nisso você tem talento de sobra Corpse. Obrigado.
Destaco esse trecho:
Dizem que os animais
Mais perigosos e fingidos
São os mais coloridos...
parabéns pelo poema e grato pela visita lá no blog. Abraço!
Pois é o que vejo nos documentários. Sem bem que isso pode alcançar um sentido mais metafórico e genérico, além do evidente. De nada, Obrigado a você também, Al Reiffer.
Fábio, medo não é precaução, é fuga. E fugir temendo os labirintos não é fuga, é covardia. Nesse jogo de partir ou ficar, eis o mistério da permanência, ainda que não se deva confiar nem naquelas espécies mais coloridas e atraentes. Uma bela poesia. Um tanto pessimista, contudo. Um abraço.
Considero, Rangel, que medo e fuga não são, necessariamente, a mesma coisa. Medo é um mecanismo de defesa natural do corpo, instinto de sobrevivência, principalmente o medo do desconhecido, e é precaução sim, como diz o ditado: “Precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém.” Se não fosse o medo seriamos suicidas em potencial. Conhecendo nossos fantasmas, entretanto, conscientizados: “Porém, nem sempre o individuo mais precavido é o que mais vive. E que o maior perigo de quem vive com medo é morrer sem ter vivido”, criaremos estratégias, nos encheremos de coragem na hora do enfrentamento, e se conseguimos vencer uma batalha que seja, nessa guerra diária contra todos os medos que nos aflige, eis então, o prazer da superação, nos sentiremos mas leves, em paz consigo mesmo, mais harmonizados, vencido o conflito.
Como disse Rodrigo Tavares... ''Eu tenho medo de ter medo pelo resto da vida.''
Te li e pensei nisso.
Nossa, impactante Fábio! Pra mim, particularmente, esses versos têm muito significado, sempre fui tímido e precavido, tenho medo do que alguns consideram a mais automática das pulsões, e muita coragem pro que muita gente têm medo; uma inaptidão pra entender as reações das pessoas e o funcionar social, por isso a introversão foi mais natural pra mim na adolescência... Se a vida não tivesse me apresentado pessoas estranhas pra compreender minhas estranhezas, diria sim que teria medo de viver sem ter vivido, mas não mais... =)
“O temor às vezes nos leva a temeridades, empresta às nossas ações aparência falsa de coragem” – Memórias do cárcere, Graciliano Ramos. Li esse livro no finalzinho da minha adolescência e essa frase me impressionou sobremaneira. Interessante, nesse sentido sou exatamente feito você. Não sei se ainda sou tímido, diria sou mais, precisamente, introvertido. Precavido sempre! Também não entendo certos padrões de comportamento, certas receitas, etiquetas as quais abomino. Mas se tiver certeza do que eu quero, sou espontâneo, impulsivo, vou lá e pego, vou lá e digo, tipo o super sincero, logicamente respeitando o mínimo de civilidade e respeito ao próximo, enquanto igual. Sou 8 ou 80, um pingo d’água ou uma barragem. Não entendo a vida de outro jeito ou é ou não é, não tem meio termo. Isso causa um mal estar nas pessoas , se sentem talvez invadidas. Espontaneidade assusta, interpretam mal, tiram conclusões apresadas, desagrada o senso comum, irrita quem queima etapas, quem não segue os rituais, “os como deve ser” tipo Gene Kelly “Cantando na Chuva”. Tava sentindo sua falta por aqui, suas opiniões sempre intensas e autênticas, contundentes Paulo Renato.
A vida é trágica, a coragem é humana. Foi eu que pensei isso?! (rs...). Valeu Guria.
O medo é uma importante ferramenta de defesa, ele nos protege da dor e do sofrimento, nos impede que nos joguemos de uma grande altura ou que nos entreguemos à primeira pessoa que nos profere doces palavras. Mas quando toma proporções exageradas, o medo nos impede de vivermos e sermos felizes.
Particularmente, tenho medo de poucas coisas nessa vida, costumo encarar os desafios (na verdade adoro fazer isso) e gosto de sentir aquele frio na barriga que dá quando fazemos algo perigoso. Talvez o meu maior medo seja o de amar.
Abraço
Lembrei de uma música, não é do seu tempo não, mas fala umas coisas atemporais:
“O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver
O medo de amar é o medo de ter
De a todo o momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção
O sol levantou mais cedo e quis
Em nossa casa fechada entrar
Prá ficar
O medo de amar é não arriscar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder
O sol levantou mais cedo e cegou
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz.”
Bonito né.
Quanto as suas palavras, concordo exatamente com tudo que foi dito. Ausência de medo, isso não existe, ou não deveria existir, o medo é um freio, mas não uma trava. Falo de um medo sensato, me refiro ao equilíbrio que deve nortear nossas atitudes, nossos caminhos. Medo demais é doença, é fobia. Falo de estudar, de conhecer o inimigo, antes de atacalo.
Como você sabe que a música não é do meu tempo? Rsrsrs
Eu posso ter visitado outros tempos além do tempo cronológico que 'habito'...
Abraço
Lembrei desse link sinistro: http://minilua.com/misterio-fotografia-amaldicoada/
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