Descobri que meus semideuses,
São falhos e contraditórios,
Que todo espelho fica
embaçado.
Que meus senhores,
Meus proprietários, também,
Foram amáveis impostores.
Como qualquer ser humano,
Mal acostumado, descobri
Todas as dores do mundo...
De ver ruir por terra
As amorosas mentiras.
E reescrever minha história
Agora, no papel dos meus
pais.
Fabio, 07.04.2003
43 comentários:
Soneto-acróstico
Razão?
Mal acostumado eu descobri agora
Espelhos que repelem, embaçados
Um ser humano pois qualquer hora
Sabe de semideuses insanos, irados.
Se escrever nossa história preciso for
Eu, amorosa mentira então proponho
Mas falhos são os humanos e o amor
Inclusive que dores todas são sonho.
Devem as mentiras ruírem por terra
Enquanto despem-se os impostores
Um ciclo vital que então se encerra.
Saber discernir esse rol de horrores
E lembrando, bom cabrito não berra
Seja pra qualquer lugar que tu fores.
Devemos tentar ser melhores do que aqueles que nos antecederam.
Belas considerações, Fábio.
Beijos!
Fantástico!
Bom fim de semana.
beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Penso que no papel dos nossos pais precisamos repetir o que aprovamos e fazer diferente aquilo que não consideramos adequado... e assim acontece a evolução.
Mas não é um papel nada fácil, exige observação, empatia e justiça. Abraço!
Bom dia de domingo poeta lindo
Devemos sempre melhorar o que de bom
nos deixaram, ou deixam assim é a evolução
Um otimo post vc merece elogios sempre
Bjussss
Rita!!
Hoje é Dia do índio!
Todos os semideuses, e deuses, são construídos à nossa imagem e semelhança, vemos isso às vezes demasiadamente tarde; quando nos damos conta que as grandes dores do mundo não são por eles solucionadas.
Reescrever a nossa história, "no papel dos pais", significa crescer e evoluir, percebendo que todos cometemos erros e aprendemos com eles, e chegando à conclusão que embora nossos pais pudessem ter falhado, decerto tentaram o seu melhor, mesmo quando o melhor possa ter sido muito pouco.
Não conhecia esses "Traumas" do R. Carlos...!
xx
O começo do poma me lembrou um pouco Poema em linha reta. Acho que toda boa e velha crítica me faz lembrar de Pessoa.
A gente, pelo contrário do que muitos pensam e dizem, não é um espelho dos nossos pais, mas sim o reflexo. A gente é a releitura mais fiel a eles, e construímos a nossa "casa" em cima da deles - nossa base.
Tudo desmorona, às vezes.
Priscila Rubia17 de abril de 2015 19:44
Tudo o que me vem a cabeça é o livro, A Idade da Razão, de Sartre.
O curioso, é que a imagem do post com a mulher e o bebê ao colo, levam-me a Mathieu, personagem central, que se vê com a amante grávida dentro de inúmeros questionamentos que se levantam... Transcreverei um trecho assim: Será isso a liberdade? Eu, tudo que faço, faço por nada; dir-se-ia que me roubam as conseqüências de meus atos, tudo se passa como se eu pudesse sempre voltar atrás. Não sei o que não daria para cometer um ato irremediável.
Creio que, "reescrever minha história/Agora, no papel dos meus pais. seja esse ato irremediável invocado por Mathieu, e citado no seu poema no papel do pai, sinônimo para: sermos responsáveis por nossos atos.
Meu Olá
=)
É? Sartre... filosofo. Ele e Rousseau aprecio. Comentário Show como sempre, nunca me falte, hein? Misteriosa, Priscila, rs... Obrigado!
Mudar, mas continuar seguindo. Ainda que se veja apenas escuridão, saber que mudar ou continuar a luz há de encontrar.
Amei!
Abraços Mika,
Pensamentos Viajantes
Profundo e sensível poema Fábio! Nós crescemos com a imagem imaculada dos nossos pais, como se fossem seres isentos de falhas, medos e angústias existenciais. À medida que crescemos, porém, vamos percebendo a vulnerabilidade dos nossos heróis e as feridas sem curativos. Sei muito bem como é perceber que os seus pais e o casamento deles não é o que parece aos olhos de uma criança.
Fico deliz que tenha aderido ao Grooveshark para colocar música junto ao texto Fábio e gosto muito do Roberto Carlos ^^
Grande Abraço Mestre!
Vamos aprendendo com o passar dos anos.
Lindo poema
Beijinhos
Maria
Amigo Fábio, mais lindos versos por aqui como sempre!
Eu também "Mal acostumada, descobri
Todas as dores do mundo..."
Sabes que gosto de tudo que escreves, e com esse poema não foi diferente...
Quero te desejar uma feliz semana!
Beijos e beijos
http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/
Prezado, Fábio Murilo.
Bom tudo.
É a vida que segue, com suas retas e curvas, liberdades e opressões, escolhas e reprimendas. Cada um de nós, observamos, enamoramos os enlaçares, e seguimos, ao nosso modo....
Escrever, que o seu poema, é - Maravilhoso - é adjetivar muito pouco, a qualidade da sua escrita. Reflexivo.
Um abraço.
Obrigado, Jair.
Exato, como uma nova edição, revista e melhorada. Obrigado, Shirley, Beijos!
Obrigado, Cidalia. Beijos!
Certíssimo, Bia! Obrigado, abraço!
Obrigado, gentilíssima, Rita. Beijos!
"Mas, agora ele só tem o dia 19 de abril"
Perfeita, como sempre, Laura. É uma musica antiga dele. Obrigado.
"... e construímos a nossa "casa" em cima da deles - nossa base. Tudo desmorona, às vezes." Muito bom Carolzinha. Beijos!
Concordo, infelizmente, Murilo.
Beijos na alma.
Bom dia, Murilo.
Deuses e semideuses são criados por nossa vontade de que tudo seja perfeitamente idealizado por nós, mas quando a faceta do desengano nos é apresentada, todas as nossas idealizações são destruídas e caídas ao chão.
Daí, com a realidade do que projetamos e vimos que não é, vem as dores e os traumas, mas passa, pois é mais um desengano entre tantos outros.
Tenha um fim de semana de paz.
Beijos na alma.
Inspirador o que disse, Mika. Obrigado.
Ótimos comentários, como sempre, Victor. É crescer doí, e continua doendo, é o preço do amadurecimento. A é, legal esse recurso, diferente. Mestre? Oxi, grande Vitor, não amarro teus sapatos, isso sim! Abraço!
Ah é,vivendo a aprendendo, Maria. Beijos!
Obrigado, Lilly, muito gentil, como sempre. Beijos!
Obrigado, José, pelas elogiosas palavras que muito me lisonjeia. Abraço.
Falou bem, de desengano em desenganos inevitáveis. Obrigado, Patricia, beijos!
Bela expressão, amigo poeta!
Um poema muito bem escrito, como de costume...
Beijos!
O poema, a música, a imagem, que fluidez!
Ah, doce poetiza. Obrigado. Beijos!
Obrigado, Gabi, em poucas palavras disse muito.
Olá, Fábio Murilo !
Que lindos os teus poemas, amigo !
São versos de mestres, mexendo com sentimentos.
Parabéns, e um fraterno abraço.]
Sinval.
Obrigado, Sinval, pela visita e pelos elogios. Abraço!
Lindo poema, e na Idade da Razão descobrimos que aqui jamais será o paraíso em idade nenhuma!
Não me pergunte onde fica...
Beijo, amigo!
Voltando...
Poxa, duro saber disso, da dramaticidade dessa verdadeira afirmação, Tais. Acho que dever ficar em nós próprios, paraíso particular. Beijos, Tais. Seja bem vinda. Rs.
O paraíso não é um lugar físico, é um estado de espírito! Por isso disse que não adianta ter 40 ou 90 anos... Quando a gente encontra o valor das coisas não é duro, não, querido Fábio. É apenas uma verdadeira constatação. rs
Lindo domingo!
Pois é, quis dizer isso, estado de espírito. Beijos, Tais! Bom Domingo pra ti também.
Murilo, pela teoria da evolução, cada geração é melhor que a anterior. Não devemos ficar presos a arquétipos do passado mas sim escutar a voz do nosso coração...
Bela construção poética como já é hábito teu...
Beijinho
Obrigado, Cristina, Beijos!
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