sexta-feira, 3 de maio de 2013

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

2 comentários:

barulhos disse...

que seja infinito

Fábio Murilo disse...

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

Diz esse outro renomado poeta. Obrigado mais uma vez pela visita, volte quantas vezes quiser, a casa é sua.

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