sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Nos Dias de Momo


Minha alegria não era alegria,
Era uma desesperada euforia.
Paródia de uma liberdade
Que nunca fora plenamente vivida.

Minha felicidade foi frágil
E fabricada, mas me contentei...
Melhor que nada.

Pois, de repente aquele rei de mentira,
Me deu todos os direitos.
Até o direito de ser ridículo:
De ser palhaço, menino, bicho...
Rei, de cuja corte, ao final do engodo,
Fui apenas o bobo.

34 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Boa noite Fábio Murilo

Gostei muito da tua poesia!
Os Palhaços são seres humanos que merecem todo o nosso respeito!!

Quantas vezes eles riem sem vontade? Quantas vezes eles estão na "fossa" e para alegrar o dia daqueles que por uma razão ou outra, esperam o seu final?

Palhaços também são gente
Ninguém imagina que por de trás daquele máscara, Está muitas das vezes uma pessoa deprimente.
Parecem sempre tão felizes,
Pois alegram todos os momentos ´
Mas muita gente se esquecem
Que por de trás daquela máscara
Também têm seus sofrimentos.

Não, não é fazer de bobo.. mas sim dar aos outros, o que muitas vezes não têm para eles.

Desculpa este comentario..
Beijo

Bom fim de semana, de Carnaval

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Fábio Murilo disse...

Desculpe, não entendeu direito Cidália. Falo das concessões eventuais, da felicidade compartimentada, da felicidade fabricada, que só dura quatro dias, da válvula de escape do carnaval. Meu carnaval é o ano todo, viva a autenticidade. Obrigado.

Evandro L. Mezadri disse...

Bela obra, Fábio! É muito talentoso, é sempre um prazer visita-lo!
Grande abraço e sucesso!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Evandro.

Evandro L. Mezadri disse...

Olá Fábio, agradeço por sua visita a minha página, porém aquela poesia que postei, eu já tinha postado, portanto a exclui.
Convido-lhe a ler uma nova obra que postei.
Grande abraço e sucesso!

Fábio Murilo disse...

Tranquilo, Evandro, assim farei, Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Adoro essa música Marcos, é uma das mais bonitas e bem feitas de todos os tempos. Pura poesia musicada, bom registro.

Cidália Ferreira disse...

Bom dia Fábio

Se calhar entendi mal sim... Desculpa, se quiseres podes apagar para não ficar a destoar perante todos o outros comentários, não levo a mal...

Tem um feliz fim de semana de carnaval

Beijos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/2014/03/quero-ser-como.html#comment-form

Fábio Murilo disse...

Deixarei Cidália, se não fizeres objeção. Belo depoimento no entanto sobre essa nobre vocação, desses artesãos da alegria pura. Deixa disso, rs...

Bandys disse...

Tantas mascaras fora do carnaval.

Boas festas

Beijos

Fábio Murilo disse...

Existem também, porque não. "Gosto de ver você no seu ritmo dona do carnaval gosto de ter, sentir seu estilo". Você é festiva o ano todo. Beijos moça.

Samuel Balbinot disse...

Boa tarde Fábio.. no fundo todos nós os bobos da corte tentando encontrar dentro de nós a alegria para contagiar os outros.. ruim é não ter platéia para a gente brincar..
abração e ótimo feriado

Fábio Murilo disse...

Análise perfeita, sábio Samuel.

Laura Santos disse...

Termos de estar contentes com hora marcada resulta nessa euforia por obrigação, como se ficasse mal ficar a um canto sem vontade para festejar, por vezes nem se sabe o quê... Quando há liberdade para se fazer tudo com o objectivo de obter diversão, pode criar-se por um lado a vontade de querer aproveitar o possível contentamento à disposição, por outro lado a sensação de que independentemente do papel escolhido, aquele que nos resta sempre é o sermos bobos...:-)
Mas valerá a pena rir, com muita ou pouca vontade, é como dizes, Fábio "Melhor que nada".
Gostei muito do poema, e já escrevi o comentário mas quando postei desapareceu!...Agora escrevi menos, vamos a ver...:-)
xx

Tais Luso de Carvalho disse...

Fecho com você até o ponto final.
Meu carnaval sempre é muito tranquilo... Mas respeito o gosto alheio.
Beijo!

Fábio Murilo disse...

Ah, Laura por isso que estavas demorando, eu esperando, rs... Escreveste mais? Poxa, estava excelente com certeza. Sei não eu sei não, eu sou extremado, nessas coisas. Posso parecer chato, mas não tem meio termo. Ou somos ou não somos, ou temos ou não temos. Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Respeito também, mas, não gosto. não gosto dessa alegria desesperada, dessa hipócrita fantasia. Obrigado, Tais.

Shirley Brunelli disse...

Fábio, muitas vezes somos os bobos da corte, mas, no seu poema,acho que foi melhor assim do que nada. Valeu enquanto durou.
Beijos!

Fábio Murilo disse...

O carnaval, essa trégua, essa concessão, onde tudo pode. Dai os abusos, os excessos, na duvida, é melhor que faltar. Obrigado, Shirley.

MARILENE disse...

Não aprecio a falsa alegria nem o uso inadequado de qualquer coisa, apenas porque se é livre para isso. E o carnaval é porta aberta para a máscara dentro de outra máscara. Abraço.

Fábio Murilo disse...

"...mascara dentro de outra mascara" muito bom! Obrigado, Marilene.

Patrícia Pinna disse...

Bom dia, Fábio. As fantasias são usadas diariamente nas relações humanas, infelizmente.
Cada um veste a que mais lhe convém, só que quando chega o Carnaval, as pessoas parecem mostrar-se como realmente são em frivolidades correntes.
Tudo é meteórico, a felicidade não é um estado de espírito, pois não é real em si, é algo que projeta-se para sentir-se uma liberdade que em dias normais não se sente nem no agir e falar!
Seria muito bom que o nosso estado de espírito fosse um Carnaval diário, desde que houvesse respeito, mas contentamento também, sendo o mais natural possível.
Tenha um abençoado feriado de paz!
Beijos na alma!

Renato Almeida disse...

Fazia um bom tempo que eu não vinha aqui, como sempre me vejo fascinado por seus versos, poemas, por sua forma unica de escrever. Parabéns.
Como não se identificar como esse texto, ao menos eu me identifiquei, já cheguei a me sentir assim...
Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

Fábio Murilo disse...

Entendeu direitinho, em Pat? Gostei, obrigado!

Fábio Murilo disse...

Obrigado jovem conterrâneo pelas gentis palavras. Eu também ando te devendo umas visitas. Obrigado.

Maria Rodrigues disse...

Lindo poema Fábio. Quantas vezes sorrimos para quem nos rodeia mas temos a alma a chorar.
Boa semana
beijinhos
Maria

Fábio Murilo disse...

Pois é Maria Rodrigues, "A nossa vida é um carnaval é a gente brinca escondendo a dor". Obrigado.

SIMONE PRADO disse...

...E QUEM NUNCA SE SENTIU ASSIM... um momo, um palhaço onde somos motivos de olhares de dó, de coitadinho...nos palcos da vida. Mas também fazemos peraltices arrancando sorrisos de nosso interior e vivendo apenas momentos felizes mesmo que nos tragam dor. Amei o poema, me vi nele...

Fábio Murilo disse...

Que bom, Simone. Suas entusiasmada palavras me deram animo. Nesse palco da vida é preciso saber viver. É bom ouvir alguém falar assim, gente igual a gente, com quem nos identificamos como ser humanos. Já eu, amei o que disse. Obrigado.

Tais Luso de Carvalho disse...

"As fantasias são usadas diariamente nas relações humanas" Tão certo como 2+2 são 4! Diria, que vestimos várias fantasias na maior parte do dia.
Também estou com a Patrícia. Há muita hipocrisia nos relacionamentos humanos, sempre visando tirar alguma vantagem...
Beijos.

Mente Hiperativa disse...

Muito muito bom cara! Crítico e realista! Não sei nem o que comentar, acho que o texto já fala por si. Curti!

Fábio Murilo disse...

É a velha veia critica, dizem. Sei aprecia o estilo também. Obrigado, Senna.

Priscilla Way disse...

Minha alegria é um sorrido fingido
para espantar todo dia
os curiosos metidos.

Fábio Murilo disse...

Bem você, rs... Obrigado, Priscilla Way.

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