sexta-feira, 11 de julho de 2014

Desapego


Que morra essa linda historia,
Que se feche um ciclo é isto,
Como costumam dizer.
Que nada mais aconteça,
Que fique só na cabeça,
Como uma relíquia, uma herança,
Um troféu lapidado pelo afeto,
Uma medalha de honra ao mérito,
Uma lembrança bonita.

Que se apague delicadamente
Como pegadas na areia,
Como estrela que se finda
Há mil anos luz,
E sua luz ainda resista,
Insista em não ir embora
Embora não mais exista.

Fábio Murilo, 06.07.2014

36 comentários:

Fábio Murilo disse...

Hum... Pode ser, pode ser... Você lê, você manda. rs...

Cidália Ferreira disse...

Bom dia Fábio

Pois lentamente vamos-nos desapegando! Adorei o texto.

Bom fim de semana
Beijo

Coisas de Uma Vida 172

Shirley Brunelli disse...

O desapego nem sempre é fácil... Às vezes, queremos esquecer algo, mas, "sua luz resiste, insiste em não ir embora".
Fábio, um beijo!

Anônimo disse...

Que poesia mais linda...
Apesar de tudo ter um fim, a boa lembrança pode continuar irradiando... gostei muito da escolha das palavras, ficou delicado mas disse tudo. Um dos poemas que mais gostei de ler aqui :)
Bom fim de semana, um abraço!

Carol Russo S disse...

As coisas mais bonitas da vida morrem, e mesmo que não existam mais, continuam aqui, sempre vivas dentro de nós, uma faísca que vive na lembrança.

Belo poema, parabéns. Como sempre magnífico, Fábio!!
Bom fim de semana.

Patrícia Pinna disse...

Boa tarde, Murilo.
O desapego nunca é fácil, dói, e até esse novo ciclo começar, passamos por grandes provações, adversidades, lembranças que tão claramente povoam o nosso pensamento.
Ficará uma recordação bonita, uma leve tristeza do que poderia ter dado certo e não deu.
Quando conseguimos nos desapegar e iniciar um ciclo novo, a vida anda para frente, certamente, mas os fantasmas ainda viverão por muito tempo em nosso coração, até nos libertarmos de vez.
Difícil, mas necessário.
Tenha um fim de semana de paz!
Beijos na alma.

Bandys disse...

Gostei! Pequeno e profundo.Mas
"Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
Desapegar-se, é renovar votos de esperança de sí mesmo,
É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor.
Libertar-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor, encontrar novos rumos, novos mundos.
É guardar o passado numa caixinha e quando precisar olhar rapidamente,
como se fosse uma estrela cadente.
Beijos meus daqui

Helen Ferreira disse...

''Que fique só na cabeça...'' Tem sido assim, e não sei explicar o quão bom e o quão ruim é. Essa dualidade confunde e ofende.
Seus poemas sempre tão necessários.

cantinhovirtualdarita disse...

Acho uma coisa difícil esse desapego
mas muitas vezes temos que agir assim
depois vamos nos acostumando, mas é uma
bela poesia como todas que vc escreve

Bjuss de bom domingo
Rita!!!

Laura Santos disse...

Que bom seria que tudo se apagasse como pegadas na areia. Que bom seria que tudo o que tivesse de acabarterminasse suavemente como se só assim pudesse ser.
O pior é que muitas vezes tudo acaba de forma desgastante e atroz, com comportamentos incompreensíveis, às vezes até de inimizade, como se nada tivesse ligado alguma vez essas pessoas.
Às vezes fica uma luz que teima em resistir, outras vezes uma sombra que pesa.
Desapegar-se de quem um dis se gostou, dói sempre, de uma maneira ou de outra.
Um poema muito bonito, com uma belíssima estrofe final.
xx

Daniel C.da Silva disse...

Gosto muito deste registo em prosa, mais que verso... E que quão poético ficou...
Parabéns!

Abraço

Fábio Murilo disse...

Levemente... O ideal seria assim. Digo o ideal... Se se pudesse arrancar abruptamente melhor seria. Obrigado, Cidália.

Fábio Murilo disse...

É nada... Deveríamos ter um interruptor, um botão de ligar e desligar, de desapegar. Obrigado, Shirley. Beijos!

Samuel Balbinot disse...

Bom dia Fábio.. nada se apaga.. tudo se registra no nosso inconsciente.. coisas boas ou ruins fazem partes do nosso equilibrio.. o tempo ensina a assimilar e solta o que não precisamos mais.. até sempre poeta

Fábio Murilo disse...

Como o diz o ditado "Tudo que é bom dura pouco". Obrigado, Carol.

Fábio Murilo disse...

"Difícil, mas necessário". Falou certo, Par. Apegar é prazeroso é inevitável, é todo um processo. Quem manda sermos humanos, rs... Beijos!

Fábio Murilo disse...

Poxa que mensagem e comentário, Garota! Bem inspirada, hein?! rs... Gostei! Beijos!

Fábio Murilo disse...

Fazer o que, né guria. Falou pouco e bonito, precisa. Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Pois é, Difícil. Bonito como ideal, mas os sentimentos não obedecem. Bom Domingo prá você também, Rita. Beijos!

Fábio Murilo disse...

Laura!!! Saudades. Na maioria das vezes acaba assim dessa forma lamentável. Infelizmente. Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Daniel.

Fábio Murilo disse...

Gostei do que disse: "coisas boas ou ruins fazem partes do nosso equilíbrio" a gente que não entende, tudo é muito natural, se completam e se harmonizam na dinâmica da vida. Obrigado, Samuel, pela iluminada visita.

Teresa Brum disse...

Que lindo!
Mas como dói a despedida, dói a alma, mas também como aprendemos a cada história, a cada viver de um amor.
Um novo sempre vem até encontrar aquele que é imortal, que é além do amor, que é além da vida...ele existe.
Um abraço amigo Fábio.

Mente Hiperativa disse...

Sempre fui tão desapegado que praticá-lo nunca foi problema. Quando a gente lida com a dor desde cedo e aprende a conviver com ela não sentimos problema em desapegar. Só não sente dor quem nunca amou. E quem amou sabe que essa dor nunca cura.

Grande abraço

Tais Luso de Carvalho disse...

Como é bom quando acontece o desapego! Alma leve, coração sorrindo e batendo normalmente à espera de novas buscas, novo encontro, outras expectativas. Mas nem sempre é assim, quando se dá, é uma explosão de alegria e renovadas esperanças. Mas o ciclo volta, é a vida.

Beijo!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Maria Teresa. Abraço.

Fábio Murilo disse...

Poxa. Que bom que consegue com essa naturalidade, sabias palavras, Senna. Abraço.

Fábio Murilo disse...

Palavras inspiradoras, Tais. Beijos.

Maria Emilia Moreira disse...

Olá Fábio!
Amores e desamores!! Quem os não teve?! A vida é assim e há que saber levantar a cabeça e partir para a luta e enfrentar as desilusões! Viver e aprender ( em todos os aspectos)
Um grande abraço e parabéns pelo poema, amigo.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Maria Emília.

Dani disse...

Se tem uma coisa que ainda acho difícil na vida é desapegar-me de algo ou alguém. Sou difícil de ser cativada, porém quando sou, não consigo mais me ver sem o que me cativou.

Laura Santos disse...

:-))

Fábio Murilo disse...

Dois, Dani, dois. Sou muito seletivo com as pessoas, quando alguém se enquadra perfeitamente nas minhas "exigências", quando alguém me cativa, me apego legal, trato esse alguém como fosse uma joia unica, um diamante raro. E não quero perder de jeito nenhum. Carência, sei lá...

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Nanda, pelas gentis palavras, muito delicada. Abraço.

Anônimo disse...

Que poema bonito Fábio.
Quer dizer que tudo que é bom dura pouco? Rs você é ótimo!
É um ditado muitíssimo usado... Realmente, a vida nos dá doses de felicidade.

Beijos! Beijos!

Fábio Murilo disse...

Bem, pensando bem, não é via de regra, é mais uma frase de efeito, rs... Tudo que é bom pode durar mais um pouquinho, rs... Ou durar muito, um tempo indeterminado, quando se quer, feito uma estrela teimosa, que não quer se apagar e diz, vou ficar. Rs. Obrigado, Fê. Beijos!

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