sexta-feira, 4 de julho de 2014

Do Transitório


Receio que serei esquecido
Como os galhos ressequidos
De uma arvore qualquer,
Como os trilhos antigos
De um trem enferrujado,
Como tudo que agora
Será passado, perdido.
Como o que perdeu o encanto
E restou num canto, abandonado.
Como quem passou da validade,
E deixou de ter utilidade.
Como a estrela ofuscada
Pelo brilho maior do sol.
Como tudo que agora será nada
E sonhou em ser eternidade.

Fábio Murilo, 04.07.2014

40 comentários:

Carol Russo S disse...

"Como tudo que agora será nada e sonhou em ser eternidade" que frase linda, profunda, não há palavras para descrever o impacto que deu ao desfecho do poema. Parabéns, ficou tão delicado...
Em pensar que um dia todos seremos nada abaixo de sete palmos da terra... Triste.
Tenha uma boa semana, Fábio.

Bruna Morgan disse...

Nossa, quantos significados!

meu blog ♥

Shirley Brunelli disse...

Nossa página será virada, sem dúvida...
Belíssimo poema, Fábio.
Beijos!

Samuel Balbinot disse...

Bom dia Fábio.. uma verdade, ou um vislumbrar dela.. fiz um soneto bem falando disso tb.. somos passageiros na carruagem da vida..
espero que meu nome reine nas páginas da história.. estou fazendo por isso.. abração amigo poeta

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde Fábio

Lindas palavras, as tuas.
Mas nunca será esquecido. Mas como se diz, nada é para a eternidade! Amei ler.

Beijinho
Bom fim de semana.

Coisas de Uma Vida 172

Janaína de Souza Roberto disse...

Por que o medo de sermos esquecidos? Lembrei-me do personagem Gus do livro "A Culpa é das Estrelas", esse era o seu maior medo...

Beijos,
Sorteio: livro “Hathor”

Fábio Murilo disse...

Que bom! De repente o texto ganha vida própria, toma caminhos, atalhos vários, multifacetados. Obrigado, Bruna.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Shirley.

Fábio Murilo disse...

Pelo menos riscado numa calçada, Samuel, rs... Sei não se tivermos de acontecer que seja aqui, depois...

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Cidaria.

Daniel C.da Silva disse...

Deixamos sempre rasto... :)

Um abraço

Nathalia Passarinho disse...

Me lembrei de uma conversa que tive com meu professor de flauta.
Ele disse que a história nossa história só vai ser contada quando morremos.
E logo nos tornamos eternos!

cantinhovirtualdarita disse...

Por mais que o tempo passe
e o que nós vivemos, seremos esquecidos por uns
e deixaremos saudades para outros dentro do coração

Abraços de bom final de domingo e
começo de semana

└──●► *Rita!!

Fábio Murilo disse...

É, talvez carência, falta de maturidade, Nina. Obrigado.

Fábio Murilo disse...

É bom acreditar nisso. Talvez um filho, um beneficio prestado a alguém, uma arvore plantada, um livro... Obrigado, Daniel.

Fábio Murilo disse...

Será, Nathalia? Obrigado.

Fábio Murilo disse...

É, inevitavelmente, Rita Sperchi, obrigado.

Joana disse...

Como sempre, um texto reflexivo e tocante.
Parabéns, Fábio!

Grande beijo!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Carol, pelo cometário sensível e gentil. Gostei!

Penélope disse...

Na verdade a poesia será sempre eterna e sobreviverá aos tempos, claro que ao seu modo em cada época, mas sempre há de nascer um poeta que nos fará sermos eternizados nos versos...
Um abraço.
Que primoroso poema,menino!!!

Fábio Murilo disse...

Obrigado Joana, muito amável, como sempre. Beijos!

Patrícia Pinna disse...

Boa noite, Fábio. Você estava muito inspirado nesta criação.
Esquecido você não será, não tem como, sua semente de poesia ficará espalhada por cada canto que passar, não haverá ressequidão que seja mais forte do que você, pode ter certeza disso.
Nos renovamos sempre, estamos em movimento constante, se não para umas pessoas, estaremos para outras com toda a certeza da face da Terra.
Parabéns por esta profusão de sentimentos em poesia.
Beijos na alma e linda semana de paz!

Anônimo disse...

Muito profundo esse poema.
Quando se tem amor pelo todo e por todos sempre haverá
uma luz aquecendo algum ser em algum lugar e essa luz não tem tempo de validade ela será eterna.
Amei sua poesia .
Sou a Rosa Valverde amiga da querida Patrícia Pinna.
Obrigada pela oportunidade de conhecer essa maravilhosa poesia.
Grande Abraço.

Fénix disse...

Ai, o desacougo do ser humano, tan familiar para todos nós. Sinto os teus versos no corazón, fágoos meus, porque demasiadas veces tiven (e teño) pensamentos así.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Fénix.

Fábio Murilo disse...

Ah, quanta gentileza, eu que agradeço sua visita Rosa Valverde.

Fábio Murilo disse...

Espero, Malu Silva, abraços e obrigado.

Fábio Murilo disse...

Obrigado Pat, pelas gentis e carinhosas palavras de amizade. Beijos!

Vitor Costa disse...

Acredito que todos possuímos, ao menos, uma centelha de importância para determinadas pessoas em um específico espaço e tempo. É essa relevância que precisamos viver e explorar, porque depois seremos "galhos ressequidos" e não temos certeza absoluta do que virá em seguida, só não podemos, amanhã, credenciar aos deuses ou ao destino, o ônus pelos nossos arrependimentos e omissões de hoje.

Sublime poesia.

Grande abraço Fábio.

Bandys disse...

O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.(FP)
Poetas são eternos...
Não acha?
beijos

Fábio Murilo disse...

Você é um filosofo, Victor, amei seu comentário. Encheu-me de alegria, conforto e animo. Obrigadíssimo!

Fábio Murilo disse...

Acho garota, sempre oportuno citar Fernando Pessoa, meu poeta preferido. Beijos!

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa... é tão belo e ao mesmo tão triste!! E quantas vezes não pensei o mesmo? Só que nunca consegui transformar num belo poema...
beijos, menino de ouro.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Tais luso. Beijos.

Vanessa M. disse...

Que profunda reflexão, Fábio! Por vezes também temo ser esquecida, tal como se nunca houvesse de fato existido.. Embora, no fundo, acredite que nada ou ninguém é realmente esquecido, de alguma forma deixaremos nosso legado.

Fábio Murilo disse...

É verdade, Vane, Inspiradoras palavras, obrigado.

Patrícia Pinna disse...

Boa tarde, Murilo. Eu também adoro a Rosa, assim como suas visitas.
Ela é uma pessoa gentilíssima de alma nobre.
Que bom vê-la em teu espaço, fico feliz.
Beijos na alma e lindo fim de semana de paz!

Fábio Murilo disse...

Ah, a Rosa só podia fazer parte do seu seleto circulo de amizade, Patricia. Seus amigos serão sempre bem vindos! Obrigado!

Regynna disse...

Nós, poetas,somos assim, Fábio, inseguros, sempre insatisfeitos, eternos sonhadores querendo alcançar a maiis alta estrela. E é esse anseio que nos faz contiinuar a criar beleza para encantar este nosso mundo pobre de amor. Ser poeta é ser bela estrada por onde se caminha feliz e não sulcos onde não se pode transitar. Continua construindo e plantando, amigo!

Fábio Murilo disse...

Belas e inspiradoras palavras, Regynna. Obrigado pelo estimulo.

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