sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Redentora


Salve-me da solidão, desse chão inóspito,
Esse cão medonho, essa consumação,
Essa aberração da natureza humana.
Quero me proteger em tua sombra
Da soma de todos os medos, apegos vãos.
Traga a calma merecida a esse condenado.

Mão estendida ao que clama no fundo do poço,
No lodo escorregadio e pastoso, no atoleiro.
Ao que restou sombrio, pesaroso, entregue.
Deixado em posição fetal, abandonado.

Sequioso dessas tuas flores improváveis,
Inimaginavelmente no asfalto brotadas, 
Colhidas num canto qualquer de calçada.

Fábio Murilo, 19.06.2015

20 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Bom dia Fábio
Como sempre, poema maravilhoso!

Beijo, bom sábado.

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Tais Luso de Carvalho disse...

Lindo, Fábio, que nos libertemos de tudo, de certas amarras e que nunca tropecemos na solidão, algo que deve ser terrível. Sem dúvida é um poema para ser lido várias vezes, pede reflexão. Pegou bem, menino de ouro!
Beijo!

Helena disse...

Salve-me da solidão...
Que belo apelo assim feito, a desencadear versos tão sentidos, tão sofridos, mas tão profundamente esperançosos de que as "flores improváveis, talvez brotadas no asfalto, possam ser "colhidas num canto qualquer de calçada".
Um poema, a exemplo de todos os teus outros publicados, a nos despertar admiração pelo poeta completo que tu és, meu querido amigo. Tens a alma esculpida no mundo da poesia. E nós, amigos e leitores, somos os agraciados pela tua generosidade em nos dá-los a conhecer.
Grata, meu querido, pela atenção de sempre.
Meu carinho nos sorrisos e estrelas que te deixo,
Helena

Priscila Rúbia disse...

Por acaso você assistiu esse filme aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=q8ncjHylG6c

O cavalheiro das trevas, vulgo Batman, jogado num poço sem a chance de sair.
Questionado sobre nunca ninguém ter saído vivo dali, apenas um garotinho, uma criança forjada na dor e no sofrimento que não se contamina com o inferno que vive naquele buraco onde o teto é a luz para a sonhada liberdade.

É dito algo assim ao teimoso Bruce Wayne quando quer escapar daquele poço:
Você não teme a morte e acha que isso o torna forte! Como correr mais rápido que o possível? Lutar mais que o possível? sem o maior dos instintos: O medo da morte!?!

Meu Olá
=)

Anônimo disse...

Olá meu amigo Fábio

Muito intenso e expressivo poema que descreve muito bem esse sentimento que tanto castiga o coração quanto a solidão. Beijos e que você tenha uma linda e positiva semana :)

http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/

Shirley Brunelli disse...

Um poema profundo, saído do fundo do poço da alma...
Gostei do conteúdo.
Beijos, Fábio!

Joanderson Oliveira disse...

Oi Fábio, gosto da beleza e vida que seus poemas carregam. Mas que apenas palavras elas estão impregnadas de sentimentos. Parabéns!

Abraços!

http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

Bandys disse...

Nossa alma deve ser preenchida com amor
que correra pelas veias bombeando o nosso coração.
Assim os vazios jamais serão solidão.
Beijos

Anônimo disse...

... um clamor por amor...

Belo poema poeta!

Beijos meu!

Fábio Murilo disse...

Obrigado pela visita, Isabela. Fui lá.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Marcos.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Cidalia.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Tais. Beijos

Fábio Murilo disse...

Grato digo eu, pelos teus inspirados e gentil comentários, querida Helena. Abraços.

Fábio Murilo disse...

Vou conferir, Priscila Rubia. Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Olá, Lilly, muito obrigado. Beijos!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Shirley. Beijos!

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Joanderson. Abraços!

Fábio Murilo disse...

Obrigado.

Fábio Murilo disse...

Obrigado, Nandita. Beijos!

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