O olhar severo e
belo
De uma dignidade
cativante.
A fronte de um homem
resoluto,
A fixar o horizonte,
Como a procurar em vão
Aonde vão seus limites.
A memória a se contorcer involuntária,
Feito a cauda extirpada de um
réptil,
O semblante
intrigante
A
preservar, naturalmente, seu culto.
Surpreendentemente
vivo,
Como um
germe latente
No
inconsciente coletivo.
No corpo
adolescente
Dessa
geração Shopping Center.
Fábio Murilo, 28.05.2003
4 comentários:
Seu poema traduz bem o retrato dessa nossa pós-modernidade. Che Guevara estampado em camisas vestidas por pessoas pseudo rebeldes de uma sociedade vorazmente consumista. E assim caminha a humanidade!
Bjos
É, agora você levantou uma questão interessante: Será que o Che Guevara estampado na camisa, não é apenas um modismo, uma grife, uma febre consumista, uma estampa inócua sem maiores pretensões? Ou um germe latente, como eu proponho, um sonho, uma ânsia de liberdade, ainda que não se reconheça, dispersa, sem rumo, sem um guia carismático. Será Larissa, eis a questão?
Triste "geração Shopping Center"...
Pois e Alysson, geração Shopping Center, geração Coca Cola, feito dizia Renato Russo. É como diz um velho ditado, não me pergunte o autor que eu não sei: "O povo é feito o boi, não sabe a força que tem". Com um agravante, o boi é um ser irracional, age por instinto, não sabe calcular realmente, não conhece a dimensão de sua força, o homem não, raciocina, calcula, reflete, podendo assim se mobilizar, interferir nos fatos, no seu destino, no rumo dos acontecimentos. Obrigado por mais uma visita.
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