sexta-feira, 12 de julho de 2013

Da Janela do Escritório

Já não olho com olhos de encantamento
Aquela pipa ao vento como antes eu fazia.
Num tempo em que o tempo passava lento
E a vida era só entretenimento.
E o azul do céu era o pano de fundo,
Cenário de outros mundos...
Acordava e dormia sem saber de horário.
E no meu calendário só havia um dia,
O dia do meu aniversário.
Sem ambição, nem malícia, puro de coração.
Sem pensar no futuro.
Viver era uma doce inconsequência,
Consequência da falta de noção,
Do “stand by” da percepção.

05.08.2002

45 comentários:

Mente Hiperativa disse...

Bons tempos em que minha única obrigação era tomar banho antes das 6 da tarde, que minha preocupação era poder passar o fim de semana na casa de vó e o meu tempo livre era todo preenchido de atividades legais. "Sem ambição, nem malícia, puro de coração."

Bateu a nostalgia agora...

Abraço

Fred Caju disse...

http://www.youtube.com/watch?v=nY3ghukPKtA

Unknown disse...

Hoje agradeço sua amizade elogio seu post
e desejo um bom final de semana
Bjuss com uma bela frase
Rita!!!!

. . . ✿•*¨`*•.¸(¯`v´¯)¸.•´*¨`*•✿ . . .
"Não importa se teu mundo tá caindo aos pedaços. Quando você começa a ter mais fé, de alguma maneira linda a vida dá um jeito de ficar melhor."

- Caio Fernando Abreu-

Unknown disse...

Bom dia Fábio já sou sua seguidora
eu acho suas poesias muito bem escrita
adoro e parabenizo vc, agradeço a visita volte sempre
Bjãoooo

Fábio Murilo disse...

Muito bom! Só conhecia dele aquela: Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua, só por essa já dava pro cara entrar pra posteridade. Valeu Fred.

Fábio Murilo disse...

"Eu era feliz e não sabia". Verdade, good times. Obrigado pela visita e a sapiência das palavras Mente Hiperativa.

Fábio Murilo disse...

Assim seja Rita, prá todos nós.

Fábio Murilo disse...

Obrigado Rita.

Samuel Balbinot disse...

Boa tarde Fabio.. magistral poesia.. tocaste na palavra pipa e me lembrei os tempos de criança onde eu passava a fazer e a ver o vento a levar.. um lindo dia meu amigo.. até sempre

Aline disse...

E eu fico com a pureza da resposta das crianças! ♫ Poesia nostálgica que nos faz querer ver a vida da mesma forma que víamos quando crianças... Lindíssima poesia!

Fábio Murilo disse...

É... tempo bom! Boa tarde prá você também Samuel.

Fábio Murilo disse...

"... É a vida! É bonita e é bonita!", cante que eu canto de cá. Não era. Brigava daqui a pouco tava tudo brincando de novo. E a mãe dizia: - você não toma vergonha na cara. Incutindo o rancor, o ódio, a malícia. Gérmen das futuras guerras, desavenças de toda sorte, desconfianças do adulto.

Flávia Diniz. disse...

Olá, Fábio.
Adorei seu recadinho na minha página.
Agradeço os elogios, e vou começar agora a olhar sua página, me parece bem interessante.

Vi que você é de Recife, né?
Sou de João Pessoa...

Beijinho

Mente Hiperativa disse...

Quero te convidar, caso lhe interesse, pra curtir minha página no face:

https://www.facebook.com/mentehiperativa2

Seria legal trocar ideias com você, gosto e gente inteligente. Abraço

Fábio Murilo disse...

Com certeza, mente brilhante. Você que é o cara! Vou adicionar aos meus favoritos.

Bandys disse...

Fabio,
Da janela dos seu escritorio se vive um mundo, uma vida.
E no meu calendário só havia um dia,
O dia do meu aniversário. Eu pessoalmente to nessa, :P
Um feliz domingo com janelas para o que traz alegria.
Beijos,
PS:não fiquei tristinha em momento algum. hehe sua preocupação foi 1000. Boa noite FM, bons sonhos

Fábio Murilo disse...

Que alivio Garota Dourada! Que bom que a menina de tranças ainda reside em você. E não perdeu a alegria dos primeiros anos e nem o encanto pela vida, e ainda encontra novidades no mundo. Boa Noite.

Vanessa M. disse...

Adorei!.. Me fez recordar dos tempos de infância, que vc descreveu tão bem nesse poema..
É realmente bela esta época de nossas vidas.

Um grande abraço

Fábio Murilo disse...

Desse tempo, até Augusto dos Anjos diz: "A Esperança não murcha, ela não cansa, Também como ela não sucumbe a Crença. Vão-se sonhos nas asas da Descrença, Voltam sonhos nas asas da Esperança". Obrigado Vane pela visita.

André Foltran disse...

Outros tempos, meu caro, outros tempos...

Fábio Murilo disse...

E "Eu não sei pra que que a gente cresce, se não sai da gente essa lembrança" André Foltran. Agradeço a visita.

Raquel Consorte disse...

Me encantei com este :)

Seguindo você!

Beijos

Fábio Murilo disse...

Obrigado Raquel.

Cris de Souza disse...

Já não se faz infância como antiga mente...

Dani disse...

Ver aquele show de cores de pipas no céu azul me traz lindas nostalgias.

Fábio Murilo disse...

Tá, foi a única brincadeira que sobreviveu, ou vem sobrevivendo, desses tempos, pelo menos nos subúrbios. Talvez pelo elemento competitivo, pela supremacia do céu, na disputa dos cerois, trinando os futuros soldados da sociedade competitiva. Obrigado Dani pela visita.

Gabriel S. Ignácio disse...

Oi Fábio!
Poisé, essas coisas me arrepiam também.
E se te disser que isso acontece com uma frequência grande comigo, tu vais acreditar? haha
Eu fico arrepiado várias vezes,
mas sabe que, no momento em que comecei a prestar atenção nessas coisas, elas se tornaram cada vez mais claras e consequentemente mais frequentes.
Acho que é um lance de energia, sei lá... que tu achas?
Abraço, boa semana!

Fábio Murilo disse...

Ah! Agora foi que eu me liguei, o vídeo do Raul Seixas. Pois é, quando eu bati o olho no citado vídeo, me veio automaticamente à cabeça a celebre frase, antes de conferir: “Sonho que se sonha só...” Energia, intuição, dizem (se bem que, essas coisas de intuição acho meio sinistras), sensibilidade... Bom saber de seus gostos atemporais. Se o que é bom tem qualidade, não tem idade. Boa semana prá você também amiguinho!

Laura Santos disse...

Olá Fábio!
Você escreve maravilhosamente! O que prova que a poesia afinal não está morrendo, mas bem viva. Adorei este poema! Abençoada infância e esse "stand by" da percepção"!
Voltarei com mais tempo para ler mais.
Obrigada também pelo seu comentário ao meu poema "Naufágio".

Fábio Murilo disse...

Obrigado gentil Laura. Éramos protegidos pela inocência, estresse zero. Crescer dói e continua doendo vida à fora, mas (a)crescer é preciso (seria?) e ficamos sérios.

Laura Santos disse...

Crescer será sempre necessário em certos aspectos, noutros devemos ficar sempre crianças, no sentido dessa "doce inconsequência", puros no coração. Mas é difícil.

Fábio Murilo disse...

Dura é a transição do rio para o mar. E maduro ser.

Fábio Murilo disse...

Tenho reparado em documentários, Laura, que só os índios, pelo menos os brasileiros, que ainda vivem relativamente isolados em suas reservas e matas, que mantém ainda certo distanciamento do homem branco, continuam homens-crianças. Sem ambição, de que, se tudo lá é de todos, nem malícia, são puros, não tem motivo de desconfiança. Os silvícolas dormem e acordam sem saber de horários, e passam o dia cantando festejando a vida, em comunhão com a natureza. Livres das doenças do corpo e da mente dos homens dos grandes centros. A Mata não mata, é uma mãe generosa.

Anônimo disse...

e essa visão de mais de 10 anos atrás permanece enraizada.

um salve aos "stand by" das nossas percepções.

Abs!!

Fábio Murilo disse...

Tem razão. Ainda hoje tava lembrando minha infância. Parece que foi ontem. Os episódios vividos e agora tão claramente revidos na memória. "Paginas de um livro bom". Que saudades Coffee-break.

Zilani Célia disse...

OI FÁBIO!
TE VI LÁ NO BLOG DA LAURA E RESOLVI VIR ATÉ AQUI.
ESCREVES MUITO BEM E ESTE TEU POST, NOS REPORTA JUNTAMENTE COM ELE, AO TEMPO DE CRIANÇA E ESTA DÁDIVA DE VIVER SÓ UM DIA DE CADA VEZ, PRERROGATIVA DA INFÂNCIA.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Fábio Murilo disse...

"Prerrogativa da Infância", muito bem.

"Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."

Diz um conterrâneo de Laura, Fernando Pessoa. Obrigado pela visita. Tô te seguindo.

Nato disse...

Acho que não tem como ler e não pensar na nossa própria infância...
Fiquei saudoso, mas reconheço a importância de prosseguir.
Lindo mesmo seu poema.
Sempre digo e não me canso: és ótimo!
Abraço!

Fábio Murilo disse...

Amadurecer é preciso. Mas diferentemente dos frutos, à medida que amadurecemos, tendemos a ficar azedos e amargos, por vezes intragáveis. Por isso essa saudade de um tempo perdido, jamais recuperado, poeta Nato. Obrigado pela visita e gentis palavras.

Claudinha Santos disse...

Enquanto continuares a escrever, a poesia jamais morrerá.

bjs

Fábio Murilo disse...

Com certeza! Eu de cá e você de lá. Obrigado Claudinha pelas palavras de estimo e a gentileza da visita.

Nathalia Passarinho disse...

Fábio Murilo, Mil perdoes.
Acredito que meu comentário foi equivocado. E a interpretação se deu errado.
Não desgostei do seu escrito.
Mas acredito que dei mais preferencia ao vídeo do post anterior, que é incrível!

Desculpa.

Fábio Murilo disse...

Todo bem Srª Nathalia. É perfeitamente normal, nem sempre determinado texto, se parece com a gente, combina com nosso estado de espírito, com nossa visão de mundo. Isso também acontece comigo, inclusive com relação a famosos escritores/cantores: Drummond, Vinicius, Manoel Bandeira, Djavan, Chico Buarque, Alceu Valença... Nem tudo que eles escrevem eu gosto e concordo. Quanto ao vídeo, também gostei, achei excelente, uma verdadeira lição de vida, pra ser visto e revisto e consultado. E o melhor, um cara comum, igual à gente, pé no chão, falando nossa língua.

Laila Souza disse...

Ah,como são bons esses tempos ,tempos em que não temos noção do quanto a vida adulta pode ser difícil .Seu poema retratou muito bem a infância ,parabéns pelo modo como escreve .
Beijos e bom final de semana !
http://poemadecadadia.blogspot.com.br

Fábio Murilo disse...

É Laila (a)crescer dói. Duro é ter noção. Peter Pan sabia disso. Você ainda é Menina, menos mal, tá numa fase linda. Aproveita.

Postar um comentário