Que
engrossa cada vez mais.
Tanto
sossego, às vezes, dá medo.
Até os
mortos descansam em paz.
Vai
entender... Às vezes o perigo
Nos torna
mais vivos,
Nos
sacode a poeira
De
cotidiana pasmaceira.
Paz de
mais mata de tédio,
Tira o
gosto da vida.
Tira
tanto quanto os desgostos
Que antes
desgostavam a vida.
Fábio Murilo, 02.05.2010
43 comentários:
Vinha até com esse na cabeça essa semana: http://cronisias.blogspot.com.br/2013/07/blog-post_18.html
Legal Fred! Obrigado.
"Até os mortos descansam em paz"? Não nos cemitérios do Rio, onde seus espaços, nos quais pretendiam descansar eternamente, são vendidos pra outros. Durma-se com um barulho desses! Meu abraço.
Pois é JFS, até eles tem um preço e nenhum apreço.
Gosto muito da sua poesia, pela forma leve e pelo conteúdo profundo.
A "paz" é por vezes podre, uma quietude de estagnação. A paz "pastosa" como você diz, cola-nos ao chão, deixa-nos parados, sem ousar...
Pior que ter um desgosto é nunca ter gostado. A paz só pode vir depois de uma boa "refrega"...:-)
Gostei muito.
“Pior que ter um desgosto é nunca ter gostado, bela frase”. Minha mãe, que Deus a tenha, dizia algo parecido: ”É melhor um gosto que um desgosto”, se bem que mais num sentido irônico, quando se estava sofrendo a conseqüência de algum excesso. Obrigadíssimo Laura!
Boa tarde Fábio.. um titulo inspirador e uma poesia primorosa tb.. o titulo me remete a escrever coisas mais digamos voltadas a morte que todos temem.. mas que amo falar daquela que é a maior de todas as mentiras.. abração amigo.. lindo dia
Sinto-me desconfortável com o tema, na realidade. Mas penso muito nela, não como uma obsessão mórbida, mas como um termômetro, um parâmetro que eu me baseio para viver intensamente cada segundo, valorizar o ar que respiro, o por de sol, a chuva, as pessoas, a saúde... Valorizar o precioso tempo, as amizades, e buscar sempre mais qualidade de vida. “... a morte contra quem vivo”- diz Vinicius. Obrigado Samuel, boa tarde.
É que queremos ver nossa vida em movimento constante! E nem sempre isso é possível na paz!
Ou melhor, é justamente esse movimento que nos torna vivos... Se não, como você diz "Até os mortos descansam em paz"...
A tristeza, quando na medida, é vantajosa. A sensibilidade da arte pede certa melancolia. Eu mesma, costumo preferir um dia em que algo ruim acontece, do que um dia em que não acontece nada. O tédio é meu pior castigo. Não sou lá grande fã da paz. Arte e amor, pode ser?
Na verdade... Eu acho que depende do morto. Rs
Tipo, é comum as pessoas, ao se aposentam, caírem nessa armadilha, conheço vários casos. De repente deixam uma vida produtivamente ativa, e com o passar dos dias se vêem subitamente, no mais extremada ociosidade. E desenvolverem com passar do tempo, se não ocupam sua mente e corpo com outra atividade, ironia, doenças psicossomáticas, e literalmente morrerem de tédio. No extremo da tranqüilidade.
Eita menina! (rs...) Justamente Aline paz por paz, vida é movimento.
"A tristeza é senhora,
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura,
a noite e a chuva que cai lá fora"
(Caetano Veloso)
Então, Corpse, vida é equilíbrio. Ruim é viver de extremos.
Fábio, vc é divino escrevendo... até nos comentários, sempre tão expressivos. Obrigada por suas visitas aos meus blogs.
bjs
Ainda espero ler mais e mais poesias suas.
Oxe! De nada Claudinha. Eu é que te agradeço. :-)
Bela definição de paz. eu nunca qui a paz total, só um pouquinho dela, e em certos momentos tambem, naqueles momentos doces onde a paz nem é branca;
Beijos menino poeta
PS só vi seu comentario hoje tava no de baixo.☺
Sua paz é colorida, Garota Dourada.
O que adianta morrer pela paz, se os que ficam fazem guerra?
A paz completa é uma utopia. Gostei muito meu amigo!
Parabéns!
Dan.
http://gagopoetico.blogspot.com.br/
Estamos em paz e fabricando armas, sempre na eminência de uma guerra, paz armada. Obrigado Daniel.
De fato não há nada tão chato quanto o tédio, talvez por eu ser uma pessoa muito hiperativa e pensante incorrigível eu jamais consigo ficar parado. Também não gosto da rotina, da previsibilidade das coisas, prefiro que mudem, que me surpreendam, que exijam de mim alguma providência, que me arranquem sorrisos. Ou lágrimas.
Eu sei que a paz é tranquila e necessária, mas só por alguns momentos já basta, podemos voltar do recreio e retomar a vida conturbada e repleta de desafios. Bom mesmo é ter desafios na vida, a paz deixemos pra os mortos. Grande abraço.
Sem comentários. Não me atrevo a colocar uma vírgula relacionada ao texto Mente Hiperativa, você foi brilhante.
Olá!Boa noite
Fábio
A questão da medida é muito relativa. Tudo demais cansa, Paz demais cansa. Entretanto, o sabor da paz está sempre na medida certa em razão da guerra ser possível.
Agradecendo a visita e retribuindo
Abraços
A Paz parece ser apenas um conceito superficial, visto que ela nunca existirá plena e completamente.. não neste mundo, onde reina o caos e o ódio.. E as pessoas parecem ser incapazes de coexistir com suas diferenças, e de viverem em paz entre si.
Mas, vendo a Paz como algo que remete à quietude, ao sossego e ao tédio, devo concordar com seu ponto de vista.. um pouco de agito e de perigo nos torna mais vivos! rs Também não gosto de me sentir entediada,.. e quem gosta? Nossas vidas, se fossem consumidas por tal calmaria, seriam desprovidas de emoções.
Gostei muito do poema ^^
Tenha uma ótima semana!
Um abraço.
Obrigado Luiza por tão entusiasmada opinião, isso me gratifica e motiva imensamente. Adoro fazer e receber visitas, me aguarde com certeza, passo já no seu blog.
Interessante, particularmente me referi a paz, tranqüilidade enquanto indivíduos. Você generalizou e ponderou: "É melhor um (paz)sáro na mão que dois voando", na dúvida... É um posicionamento. Obrigado pela contribuição Felisberto.
Você disse tudo Vane. Achei perfeita em seus comentários. Nada mais a acrescentar, só agradecer.
Oi Fábio, concordo com o título do seu blog. E com o texto belíssimo que acabo de ler. Conversava hoje com uma amiga, sobre o quanto estar em paz me amedronta, eu gosto é do estrago. Até mesmo a dor é uma prova de que estamos vivos. A apatia, a calmaria, e o tédio me matam. Antes levar todos os sustos do mundo, do que ser arrastado pela vida! Adorei o seu cantinho, e seus comentários, e seus textos. Eu também escrevo (ou tento), e te convido a me visitar quando puder. Te espero.
Um super beijo,
http://venenosemacas.blogspot.com.br/
Simplesmente perfeito!
Danlirando.blogspot.com.br
Concordo com cada palavra, cada vírgula, cada acento. Incrível a similaridade da nossa visão de mundo e realidade. Penso, falo e me preocupo com isso toda hora. Como valorizar cada momento do precioso tempo, conquistar mais qualidade de vida. Há os que só existem, mas não vivem, que já se foram antes do fim. Você escreve é muitíssimo bem! Obrigado pelas palavras elogiosas e pelo carinho Tainá.
Obrigado Daniel. Muito amável.
Luiza não sabe o que está acontecendo, quando chega na hora de publicar meu comentário, naquela parte, de utilidade duvidosa: “Prove que você não é um robô...” Tá dando erro. Não está abrindo o quadro completamente, prá eu colocar os códigos exigidos: números e letras, você ta entendendo? Tentei mais de uma vez e nada. Vou continuar tentando se puder me passar seu E-mail, caso eu não consiga. Que chato, adorei seus textos. Ia deixar o seguinte comentário sobre um deles: RE-COMEÇAR: “Não será que você tá simplesmente passando pela chamada Crise de Identidade, Luiza. Você escreve muito bem. Adoro esses assuntos existenciais e uma boa interação. Entendi agora a familiaridade que existe entre a gente. Realmente!”
Uau, essa é a primeira experiência que tenho com sua poesia, com o seu blog, e realmente gostei muito, você possui um talento incrível!
Pensei em várias interpretações para o seu poema.. Não se qual é a original, mas de certa forma, pude perceber aí um teor de crítica à nossa sociedade que, simplesmente, não aceita a calma e a quietitude da paz. A paz não dá lucro, não dá audiência, não condiz com o trabalho... Olha, simplesmente genial.
Gostei realmente do blog, já estou seguindo!
Se quiser conhecer o meu, será sempre bem vindo!
Abraços!
http://pecasdeoito.blogspot.com.br/
Suas palavras definiram o excesso de paz e de tédio no qual tenho vivido os últimos meses.
São as contingências da vida Jorge. Independem (ou dependem?) de nós. Obrigado pela gentil visita.
Na arte de um modo geral, pintura, poesia... Ou quem acha que ta fazendo algo parecido feito eu, digo-lhe de antemão, toda interpretação é valida e todos têm razão, na sua visão particular. Arte é sensação, é a leitura dos sentidos, muito particular, arte é a coisa mais democrática que existe, dai sua beleza, arte não se explica, pelo menos é o que tenho ouvido de quem entende. Mas, considero Diego que a sociedade não ta nem ai pro nosso comodismo, com nossa inércia, com nossa quietude, isso até lhe é favorável, proveitoso. Um bando de cordeiros/consumi(dores) ordeiros e pacíficos dá um lucro danado. Salve esses últimos acontecimentos em nosso pais, dos que não se contentaram em assistir a vida passar da janela, e cansaram de tanta passividade e foram as ruas se tornarem também coadjuvantes da historia. Donos de seu destino. Obrigado Poetamigo pela participação.
adorei o teu poema, Fábio.
Obrigado, sempre gentil Antônio.
A paz, por muitas vezes é inimiga do criativo, porque sem a bagunça, sem o caos e sem os giros e as descidas na montanha russa da vida, não há emoção, e sem tudo isso não há criação... Vale a pena viver uma vida sem emoção?
Revoltou-se com a paz.
Tu és ótimo poeta.
Abraço!
Pois é, ou se morre de tédio ou se vive estressado, boa Nato. Obrigado pelos sempre oportunos comentários e gentis elogios.
A vida se faz, e se aprende, entre os conflitos. Buscamos a paz para que novamente surjam os conflitos e possamos aprender ainda mais.
Bjos!
Somos movidos pelos desejos. Somos eternos insatisfeitos. Bonita e confortadora essa concepção da vida como uma escola Larissa, onde tudo faz sentido. Sempre sabia, muito obrigado por mais esse aprendizado.
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