Às vezes somos ágeis
E saudáveis
Como gazelas.
Noutras frágeis
Como donzelas,
Como folhas ao vento,
A vida e seus contratempos...
Sempre indigesta,
Embora as festas
Que inventamos,
Embora os planos,
A ilusão de comando.
Às vezes, melhor seria
Não ter conhecimento dos
fatos,
Dos rumos dos acontecimentos.
Ter o discernimento de um boi
No pasto ruminando o tempo.
Fábio Murilo, 14.01.2003
37 comentários:
Boa tarde Fábio
Belíssimo poema!! Pois ás vezes, mais vale nem saber de nada! Adorei
Bom fim de semana.
Beijos
Coisas de Uma Vida 172
Vale muito a pena entrar aqui para ler o que tu escreve, vale a pena, também, esperar toda sexta feira. hahah
A tuas palavras formam poemas tão fortes!
A vida é um rio desenfreado e nós somos dependentes de seu curso, por isso, ora donzelas, ora gazelas... E quem dera ter o poder de não saber das coisas, de poder escolher o que lembrar!!
Ficou lindo, Fábio. Tenha um bom fim de semana.
Às vezes é porque temos conhecimeto do rumo dos acontecimentos, e quando não temos existe a tendência para criar ansiedade quanto ao futuro...Muito melhor não saber, e deixar correr, pastando a vida. Só que não somos seres apenas naturais.A dita civilizaão criou-nos ansiedade. E por mais que tentemos a vida que que temos nunca a teremos,como gostaríamos sob o nosso controlo.
Belo, Fábio! Tu és um poeta pensador.
xx
Boa tarde, Murilo. A vida é feita de muitas fases, a da força e fragilidade.
Não podemos fugir a nenhuma delas, esta é a grande verdade.
As ilusões criadas por nós parecem num determinado momento um alento, mas na realidade, só nos afastam da realidade que precisamos enxergar.
Não sei se não ter conhecimento dos fatos seria algo bom, seríamos pegos de surpresa quando tivéssemos de encarar a vida, suas adversidades, dores e nostalgias.
Mas como nem tudo é ruim, sempre existe o lado benéfico nas nossas ações, viver com conhecimento é um deles.
Que sejamos entregues ao viver soberano, o que nos diz o que fazer muitas vezes apenas pela nossa intuição mesmo.
Parabéns.
Tenha um fim de semana de paz.
Beijos na alma.
Até que seria bom ruminar , como o boi no pasto, a calma, a paz e o verde da tarde...
Beijo, Fábio!
Ruminar no pasto como o boi foi bom
pq a felicidade é assim que se encontra
viver bem ou não saber de nada, ter conhecimento
dos fatos é importante eu acho...
Abraços de sempre
└──●► *Rita!!
Pois é... Obrigado, Cidália.
Obrigado, Carol! Que bom, que gentil! Sendo assim, venha sempre menina, rs... Bom domingo!
Ou como diria Pessoa? "Pensar é estar doente dos olhos".
Mais isso não é um comentário, é uma extensão melhorada do poema. Obrigado, Laura.
Você é forte. Boa filosofia de vida. Obrigado, Pat.
Foi, também pensei nessa imagem quando tava fazendo o poema, rs...
Dizem que, igual ao boi, "o cachorro só é feliz porque não conhece a felicidade", Rita.
Só esse título já me faz pensar nessa vida mecânica que tanto prezamos, o poema em si fala com tamanha sensibilidade da escravidão rotineira...
Escreva mais e mais!
Passo para te desejar um excelente domingo.
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Obrigado, Guria, pela força!
Obrigado, Cidália, bom domingo prá você também. Beijos!
Seu reflexivo poema me fez lembrar de Alberto Caeiro e do desprendimento dele com a racionalidade e o pensamento.
"Há metafísica bastante em não pensar em nada."
Parabéns Fábio por manter o nível de seus poemas tão elevado, isso é realmente admirável.
http://omundoemcenas.blogspot.com.br/
Abraço
Fábio, essa reflexão foi meu número! rsrsrsrs ando vivendo esse dilema ultimamente, pois é do meu feitio manter as coisas em ordem, os fatos sob controle, mesmo sabendo que o controle é ilusório. Mas me causa conforto tê-los supervisionados e aparentemente controlados. Ao menos sei o que fazer se isso ou aquilo ocorrer.
E ao mesmo tempo uma pessoa próxima a mim tenta me convencer que devemos deixar nos levar pela maré, apenas sentir e curtir sem se preocupar com o que vai dar. E se der, resolvemos. Que difícil isso! Não sei não pensar, não questionar, esvaziar a cabeça e soltar as rédeas da situação. Que sensação de vulnerabilidade que dá! Não se trata de querer ser onipotente, não do meu ponto de vista, mas apenas de manter-se alerta e preparado pra o que der e vier. Dilema difícil esse que você coloca, hein?
Grande abraço
Também gosto de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Obrigado Victor Costa pelos elogios.
A vida é uma caixinha de surpresas e nem sempre estamos preparados para o que há de aparecer.
Nós, frágeis humanos, nos adaptamos de acordo com os acontecimentos... alguns se saem melhor que outros. Mas a vida é isso mesmo, desafios constantes nos fazendo aprender na marra :)
Olha eu sei que a vida tem seus altos e baixos, mas eu não gostaria
de ficar pastando não. Acho que não é meu estilo.Estou mais pra um cavalo alazão
voando pelo tempo.
Um beijo
Verdade... e, porém, somos chamados à construção diária do sonho com tudo o que temos de trabalhar para tirar o lixo humano do dia a dia...
Também sou assim, Senna. Abraço!
Poxa com tão pouca idade, falou com uma segurança e uma maturidade impressionante, Nanda. Obrigado.
Pois é. Obrigado, Garota.
Bonito o que disse., Daniel.
É o que acontece quando se pára pra pensar, vem a realidade, pura, verdadeira, sem fricotes! As grandes festanças, Fábio, são como um véu, encobrem, mas levemente e por pouco tempo aquilo que não queremos ver...
Você vai fundo, hein?
Beijo!
Pois, Tais, interpretou maravilhosamente bem, disse tudo. Beijos!
Boa tarde Fábio.. o bom da vida é ter inúmeras experiencias.. afinal são possibilidades mil.. quem fica estagnado no tempo perde muito .. pois a vida flui constantemente..
abraços poeta até sempre
Concordo com você, Samuel Balbinot. Abraço, Feliz Dia do Escritor.
Quanto mais se sabe maior a dúvida! ;)
E "a duvida é o preço da pureza", é isso mesmo, Vanessa.
Somos complexos, meu amigo!
Ah, isso somos, Aline. Obrigado.
... nós seríamos assim Fábio, se o pecado não estivesse sido descoberto... se lá no início o fruto do conhecimento do bem e do mal não estivesse sido desgustado. Mas fazer o quê? É a vida.
Beijos amigo!
Pois é, Fê, é o fruto de nossas decisões. Ou, se colhe o que se planta. Obrigado por suas considerações.
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