Do que uma árvore; uma árvore que encerra
Uma boca faminta aberta eternamente
Ao hálito sutil e flutuante da Terra.
Voltada para Deus todo dia, ela esquece
Os braços a pender de folhas, numa prece.
Uma arvore, que ao vir do estio morno, esconde
Um ninho de sabias nos cabelos da fronde.
A neve pôe sobre ela o seu níveo diadema
E a chuva vive na mais doce intimidade
Do tronco, a se embalar nos galhos seus.
Qualquer mortal como eu sabe fazer um poema.
Mas quem sabe fazer uma árvore? Só Deus.
Joyce Kilmer/Tradução: Olegário
Mariano
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