Como as pedras se viciam
No lodo acumulado.
E o individuo
acometido
Da síndrome do papel
carbono,
Anseia com parabólicas
orelhas,
Pela lógica da fofoca
Que sopra das vielas suburbanas,
Pelo que há de trágico
No noticiário das
oito,
Pelo louco, que lhe redima,
Assaltando o supermercado
da esquina.
Fábio, 14.04.98
16 comentários:
Genial!
A rotina, a monotonia da rotinda parece que comprime tudo, e todo dia parece o mesmo, uma máquina de escrever batendo as mesmas letras... Não lembro onde ouvi, mas ouvi que se acabou a aventura no mundo, tudo já está devidamente empacotado e entiquetado. Tlvz nem tanto, mas difícl é escapar da prensa do cotidiano, e do "individuo acometido da síndrome do papel carbono"
Abraço!
"parabólicas orelhas"! que sagaz esta construção. beijos! [vc realmente escreveu isso em 1998?]
Será mesmo Renato que acabou a aventura do mundo? Não tinha pensado tão seriamente nisso, triste. A rotina, realmente, massifica tudo. "Ideologia eu quero uma prá viver". Obrigado, volte sempre com suas sábias explanações.
Muito obrigado. Se eu escrevi em 1998? (foi um dia desses...) Espertinha, querendo saber minha idade? Escrevi, sagaz Sarah. Como diz Leo Jaime: "Nada mudou". Beijos!
MEU EU BRASILEIRO
quisera poder pensar
como se faz no velho mundo
eles me querem espelho
como se não tivesse mistério
essa minha falta de assunto
Paulo Leminski
E ai Fred, brasileiro de sobrenome, assuntando por essas bandas? Valeu a visita!
Escreveu com uma bonita dramaticidade os acontecimentos corriqueiros dos nossos dias. Gostei disso. Além da poesia incontida, as palavras tem seu lado obscuro... Precisei ler duas vezes para encontrar. Demasiado inspirador.
Respondi lá o que estou trazendo aqui:
FÁBIO,lindo...
rsrsrsrs...ainda bem que te fiz babar...ksksksksksks...
Se estivesses aqui por perto, juro que eu seria a coisa mais querida do mundo:
Faria uma torta de abacaxi só para ti!!!!
Tem nada não, vejo duas vezes. E olhando depois, mas detidamente, não sei se o que vi mesmo foi Torta de Abacaxi, qualquer forma o quer que fosse parecia não, tava apetitoso, tantas iguarias! Foi seu aniversário? Na duvida, parabéns para ti, blue eyes! (rsrsrs...)
Quero me viciar em tudo,
menos na melancolia.
Interessante o que você falou sobre "o lado obscuro das palavras", você que escreve também sabe o que estou dizendo, as imagens parecem tão claras, quando estão só nos seus domínios. Quando elas partem, ganham vida própria, quem as recolhe no caminho ficará marcado de uma maneira toda própria, cada uma terá sua impressão pessoal, segundo até seu estado de espírito, ai que está a beleza da poesia: Todos os caminhos são validos, você encontrou o seu, bom. Valeu Hellen a indispensável visita.
E é por isso que a poseia não morre,
existe os viciados.
Beijos Fabio
Tive essa gratificante surpresa, Garota Dourada, tá mais viva do que nunca! E como todo vicio, é mais forte que a gente. Beijos!
A melancolia é fruto da monotonia, é inevitável. Valeu a colaboração.
Síndrome do papel carbono. Adorei!
Bjos
Obrigado Larissa. Muito Amável.
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