A
mulher já não sorri
Seus
olhos já não emanam
O
mesmo brilho,
A
mesma chama.
Já
não ama.
O
filho no quarto fechado,
Ensimesmado,
ausente...
É um
fruto sumarento,
É um
pêssego aveludado,
Indiferente aos acontecimentos.
E a casa segue...
Barco destroçado,
Sem rumo, nem encanto,
Sem cor, nem vontade,
Ao sabor da tempestade.
Fábio Murilo, 01.05.2014
42 comentários:
Boa tarde Fábio
Maravilhoso poema, que me encaixa tão bem neste momento. Parabéns amei de verdade!
Tem um excelente fim de semana.
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Existem tantas famílias assim! Casais totalmente à deriva, congelados no tempo e num espaço de cada vez mais desconforto. E com receio de acabar com esta paz podre de um vazio que foi acumulando às vezes sem se dar por isso. Um vazio em que as palavras estão gastas e rareiam, onde falta a vontade para tudo, até para mudar. Todos sofrem mas ninguém fala, cada um no seu canto, tantas vezes de agonia e pranto. E ficou tarde, muito tarde.
As crianças parecem apenas indiferentes, mas são donos duma imensa tristeza.
Gostei muito, Fábio! E aquela foto é bem elucidativa!
"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio." (.........)
excerto do poema "Adeus", E. de Andrade
xx
Descreveu muitíssimo bem a realidade, Fábio. Parabéns!
Beijo!
Lémbrame a unha frase dunha canción... "Unha familia numerosa séntase a cear... e o único que se oe é o telediario...". Fermoso poema.
Bom dia
Triste realidade
.
Sendo hoje dia da Mãe deixo a palavra amizade, a fim de que seja um dia MUITO FELIZ, de amor, fraternidade, carinho, onde se possa olhar nos olhos e dizer: AMO-TE QUERIDA MÃE.
...............................
Querendo, visitem
http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/
Poema lindo, retrata a verdade sobre muitas famílias...
E muitas vezes tudo isso nasce da indiferença, da falta de preocupação. Muito triste!
Obrigado, Cidália.
É triste, Laura, sufocante. Uma verdeira armadilha. Nem sempre o ideal é o ideal. Obrigado.
Obrigado, Shirley. Beijos!
É sim. Obrigado, Ricardo.
Tive uma professora de filosofia que me fez buscar os problemas que são acarretados pelo silêncio da linguagem. Teu poema descreve um deles, uma triste realidade, de fato. Porque dizer que se ama, que se quer bem e que se precisa do outro é tão difícil?
Abraços Fábio, ótimo como sempre!
É verdade, Carolina. É um monte de fatores. A arte da convivência se aprende todo dia. Obrigado.
Triste, mas é um belo retrato dos nossos dias, uma pena. Cada um dentro do seu próprio mundo, cada vez mais se distanciando dos outros, da vida, do amor...
Mas até nisso há poesia e você conseguiu trazê-la ao leitor de uma forma muito bonita.
Abraços.
eraoutravezamor.blogspot.com
semprovas.blogspot.com
Certamente a rotina, o desgaste da relação, o tédio, enfim, M. Borges. Obrigado.
Pois é. É sintomático. Obrigado, Nato.
É a chaga da incomunicabilidade que assola a vasta maioria das famílias, quando esta deveria ser o cerne exemplar de compreensão, tolerância, respeito...amor que embasaria os valores da sociedade.
Parabéns Fábio, grande poesia.
Belo poema Fábio!
Achei incrível a forma com que descreveu uma situação que é realidade em muitos lares... em muitas famílias.
Parabéns!
Beijos em seu coração!
Ola Fabio Murilo,
Essa saindo do forno. não me vejo numa situação
assim.Toca-me onde me doi e verás uma flor a abrir-se l
lentamente sobre a pele. por isso sempre tenho um jardim.
Beijos
Quando não há mais brilho nos olhos tudo perde a cor, o mundo fica cinza.
Beijos,
Blog | Youtube
Boa tarde Fábio.. cada vez mais crucial a situação.. emparedados e totalmente aéreos, pq duvido que sentem frente a frente e olhem no olho para terem conversas construtivas.. não sei onde as coisas vão parar.. mas algo tem que acontecer para que muitos acordem.. abraços
Que belo o que disse garota! Palavras inspiradas. Beijos!
Pois é, a paz começa em nós! Beijos, Nina.
É mesmo, Samuel. Como diz Vinicius de Moraes, "A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontro na vida!" Obrigado.
Oi, Fê. Triste, né? Obrigado pelas palavras elogiosas. Beijos!
Pois é Vitor Costa. Expôs muito bem e com objetividade seu ponto de vista. Obrigado.
A quanto tempo, Fênix! Pois é. A televisão, novelas principalmente, preenche essa lacuna em muitos muito lares infelizes. Com uma "realidade" bonita, de casais perfeitos, finais felizes, casarões, serve como um paliativo, um alivio, um lenitivo, uma frágil mão de cal. Obrigado.
Olá.
Que todos tenhamos uma semana, muito boa. Com muito sol, paz e harmonia.
Que o Criador, não esqueça jamais, das nossas lutas, mesmo aquelas individuais, e nos contemple com a sua piedade divina, e sobre tudo o seu perdão.
Que a família continue sendo Sempre, o acolhimento de cada um de nós.
Abraços.
Oi, Fábio,
Há muitos anos ouvi esta frase: Família só é bonita em porta-retrato. Ouvi, achei engraçada, mas não passou disso. E hoje me pergunto se esta frase não estará certa, aplicada nos dias atuais em grande número de nossas famílias.
Não existe nada mais complexo e labirintoso do que esse núcleo, hoje. Mesmo por que a base é o ser humano, com todas suas nuances. Daí o convívio, em muitas famílias, ser algo meio surrealista. O ser humano piorou, consequentemente as famílias pioraram.
Belo poema!
beijos.
Belas palavras, José Maria. Obrigado.
Perfeito seu comentário! Nada a acrescentar. Obrigado, Tais Luso.
Olá Fábio!
Um retrato muito fiel de uma grande parte das famílias, existentes na nossa sociedade.
As pessoas deixaram de cultivar sentimentos, cada vez vivem mais centradas no seu próprio umbigo. Os filhos à deriva, porque os pais já nascem sem paciência nem alento para o ser. Cada vez mais famílias desavindas, ou então acomodadas a uma existência amorfa.
Gostei muito deste teu poema e da imagem que o ilustra, como um grito de alerta para a preservação e cura, desta instituição, tão importante, senão a mais importante da vida que é a família . Para que uma família o seja realmente, não se podem perder os laços....
Abraço com amizade!
É por isso que é necessário reinventar cada dia...
Abraço
Pois é, Cris. Disse tudo! Abraço.
É... Seria o ideal, Daniel. Obrigado.
O filho no quarto fechado,
Ensimesmado, ausente...
É um fruto sumarento,
É um pêssego aveludado,
Indiferente aos acontecimentos.
Excelente, Fábio!
Parabéns!
É triste saber que este é um retrato escrito de muitas famílias que eu conheço e que você conhece.
Acho que devemos dar passos, remar contra a maré para que tudo isso mude.
Talvez não conseguiremos mudar na família do outro, mas na nossa sim.
Lu
dosamoresmeus.blogspot.com
Obrigado, Joana, pelo gentil comentário.
È por sentir saudades que estou aqui para desejar
um abençoado e feliz final de semana.
Que DEUS te abençoe a cada
dia com sua infinita graça e Misericórdia.
Que o Dia das mães seja pleno de felicidade
junto da sua família.
Beijos no coração e meu carinho.
PS.Recadinho na postagem..
Evanir.
Obrigado pelo comentário.
Obrigado, Evanir, pela visita. Tudo de bom prá você e pros seus também.
Uma bela reflexão sobre o quão artificiais podem tornar-se as relações humanas.
Muito bom!
Pois é, Vane, complicado ser humano. Obrigado.
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